sexta-feira, abril 06, 2007

ESTRELA, ESTRELA



Estrela Leminski
Lindeza Absoluta, resoluta
Filha de Paulo Leminski e Alice Ruiz
Nasceu em 7 de março de 1981
Tem 26 anos
Um livro de poesia lançado em 2003: Cupido, Cuspido, Escarrado
É baterista da banda Casca de Nós (bateria e zabumba)
Lançou em 2006 o cd Música de Ruiz
Tem o blog http://leminiskata.blogspot.com/
Publicou o livro CONTRA-INDÚSTRIA, um raro material sobre a cena independente no Brasil que traz um novo paradigma.

Confira e respira:
http://www.musicaderuiz.art.br/


Ímpar ou Ímpar
Letra: Paulo Leminski
Música: Estrela Leminski

Pouco rimo tanto com faz.
Rimo logo ando com quando,mirando menos com mais.
Rimo, rimas, miras, rimos,
como se todos rimássemos,
como se todos nós ríssemos,
se amar (rimar) fosse fácil
Vida, coisa pra ser dita,

como é fita esse fado que me mata.
Mal o digo, já meu siso se conflita
com a cisma que,
infinita, me dilata

POEMAS DE EUCANAÃ FERRAZ

Eucanaã Ferraz é autor de "Martelo" (1997), "Desassombro" (2002), "Rua do Mundo" (2004), entre outros livros de poesia. Organizou "Letra Só", livro de letras de Caetano Veloso (2002), e "Poesia Completa e Prosa", de Vinicius de Moraes (2003).

Tem poemas publicados em revistas especializadas (Brasil, França e Portugal). Participou da antologia Esses poetas - uma antologia dos anos 90, organizada por Heloísa Buarque de Hollanda (Rio de Janeiro: Aeroplano, 1998).
Participou de várias encontros de poetas, entre eles a I Bienal Internacional de Poesia de Faro, Portugal, 2001; e o II Encontro Internacional de Poetas na Ilha de Porto Santo, 2002 (Região Autônoma da Madeira, Portugal).
Professor de Literatura Brasileira na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde obteve título de mestre com a dissertação Drummond: um poeta na cidade, em 1994, e se doutorou com a tese Máquina de comover: a poesia de João Cabral de Melo Neto e suas relações com a arquitetura, em 2000.



ACONTECIDOComo quem se banhasse
no mesmo rio
de águas repetidas,
outra vez era setembro
e o amor tão novo.
Iguais, teu hálito mascavo
e minha mão inquieta.Novamente o quarto,
a praça vista da janela,
teu peito.
Depois eu era só - vê -
sob a chuva miúda daquele dia.

FURTO

Imagina que
um rapaz,
rapace, te roubasse o nome.
Tua carne, então, era só melodia.
Ainda que os espelhos
contassem teus olhos e cabelos,
seguiria teu segredo,
intacto,
nas mãos do ladrão.Serias não mais que
uma coisa bruta: a felicidade.
E, sobre ela,
um pássaro pousar
pudesse.

PARA MANUEL BANDEIRA

Também é o becoo
que vejo.
Mas adivinho a Glória,a baía, o chão do horizonte.
E sei que,
no escuro,
o bico de um barco me olha.

FIGURA

A sorte
precária de uma luz
em meio à sombra
que tudo amesquinha.
Cada coisa sabe disso - o livro,
o prato, a fruta - e diz.

DESEJO

Que venham as flores, o doce,
a blandícia e o azul
mais que azul
das calmarias.
Ainda assim, sonharemos - secretos - com
beijar a boca das espadas.