quarta-feira, dezembro 12, 2007

AO VIVO NO ESTÚDIO


Arnaldo Antunes está de disco novo. E aproveita o embalo do seu disco do ano passado, Qualquer, para lançar o seu primeiro DVD: Arnaldo Antunes Ao Vivo no Estúdio. Gravado em agosto de 2007, o disco, acompanhado do DVD do show, é a reprodução dessa apresentação. O interessante é que Arnaldo Antunes reuniu uma platéia pequena de 50 pessoas dentro do estúdio, como se fosse um show, e gravou tudo na hora. Ver esse show é uma grande delícia: ARnaldo cantando cada vez mais lindo, valorizando cada sílaba, cada letra de cada palavra de cada canção. Destaco Eu não sou da sua rua, junto com o co-autor Branco Mello, ex colega titã, assim como Não vou me adaptar, do disco de 1985, televisão, dos Titãs, junto com Nando Reis. A participação dos Tribalistas não poderia ficar de fora desse registro, o show termina com duas canções do repertório do disco de 2002, junto com Carlinhos e Marisa. Todas as canções são valorizadas e bem apresentadas, Arnaldo praticamente recita cada letra. Um deslumbramento, ouvir o disco é um convite pra ver o show, ver o show incita reouvir o disco, rever o show não é pedir demais. Quarto de dormir é uma canção inédita. Ando revendo muito o show, que ainda tem a fotografia em preto e branco, uma atmosfera nobre e simples. Abaixo, um texto de Arnaldo sobre o disco e o DVD.  Veja o show, e sinta a delícia de Arnaldo em voz, corpo e letra.

***
AO VIVO NO ESTÚDIO POR ARNALDO ANTUNES
Quando comecei a conceber o disco Qualquer, em 2006, tinha a intenção de gravá-lo num show, em DVD. Já era então um desejo antigo, mas como não pudemos viabilizar a tempo a produção para esse projeto, optei por gravar apenas o CD, em estúdio mas praticamente ao vivo, com todos os músicos tocando juntos, ao mesmo tempo.Qualquer foi lançado em setembro do ano passado e, em outubro, estreávamos o show. Adaptamos os arranjos do disco (todo gravado apenas com instrumentos de cordas e piano) para a formação de um trio, composto por Chico Salem (que também havia participado da gravação do disco), nos violões de aço e nylon; Betão Aguiar, na guitarra e violão de nylon, e Marcelo Jeneci, nos teclados e sanfona. Creio que conseguimos recriar a atmosfera do disco, com algumas novidades de timbres e levadas. Talvez a mais marcante delas seja a presença da sanfona e dos teclados elétricos, em lugar do piano.Aos poucos, a sonoridade foi ficando mais coesa, com os diálogos entre os instrumentos tecendo uma feição própria, de banda, o que me estimulava ainda mais a querer gravar o show em DVD. Além das músicas do Qualquer, rearranjamos várias outras de meu repertório, trazendo-as para esse contexto sonoro mais intimista, sem bateria ou percussão. Em algumas, mudei o tom em que havia gravado originalmente, para aproximá-las da forma de interpretação menos gritada, mais grave, na região mais natural da minha voz. Entraram O Silêncio, Saiba, Pedido de Casamento, Judiaria, Socorro, Se Tudo Pode Acontecer, Fim do Dia, entre outras (dos álbuns Ninguém, O Silêncio, Um Som, Paradeiro e Saiba), incluindo releituras de Não Vou Me Adaptar e O Pulso, canções de minha época nos Titãs.E ainda versões de Bandeira Branca (Max Nunes e Laércio Alves), que eu havia gravado para a trilha sonora do filme Gêmeas, a convite do diretor Andrucha Waddington, em 1999 (aqui mesclada, por uma certa conjunção poética, com O Buraco de Espelho), mas que não havia sido lançada em disco, e de Qualquer Coisa, de Caetano Veloso. Essa última escolha foi motivada pelo fato de eu estar fazendo um show intitulado Qualquer (assim como o CD), no qual há, além da faixa-título, uma música intitulada As Coisas (parceria minha com Gil, gravada por ele e Caetano em Tropicália 2 e regravada por mimno Qualquer), além de Socorro (parceria com Alice Ruiz), cujo refrão diz "Qualquer coisa que se sinta...".
Para mim, era como se o Qualquer Coisa do Caetano já estivesse sobrevoando e eu apenas decidisse deixar ele pousar. O caminho peculiar que o arranjo foi tomando nos ensaios, bem diferente da gravação de Caetano, também me animou a encarar essa releitura. Nunca tive tanto prazer em cantar como nesse show. A sonoridade se adequou muito bem à intenção que eu queria imprimir no canto, mais sereno, saboreando cada sílaba. O resultado parece evidenciar as próprias canções (e a compreensão mais clara das letras), sem perderuma vibração, inevitável para mim, na atitude como sou levado a me comportar no palco. Herança do rockn roll.
Após um ano de estrada com o show Qualquer por muitas cidades do Brasil, finalmente surgiu a oportunidade de registrá-lo em um DVD. Para nós era perfeito, pois tivemos tempo de ir aprimorando os arranjos, experimentando mudanças no roteiro, azeitando a máquina. Mas não queria fazer apenas mais um registro de turnê. Achava que essa era uma oportunidade de criar algo especial para a linguagem do vídeo. Aí pensamos em voltar para o estúdio e, invertendo a maneira como havíamos feito o disco (no estúdio mas ao vivo) propusemos gravar um show, com público, mas no estúdio (onde teríamos condições muito favoráveis de captação de som e imagem). O Mosh entrou na parceria, oferecendo a sala de seu estúdio A para a gravação, além de toda a estrutura para a finalização (mixagem, edição, masterização e autoração). Gravamos para uma pequena platéia de cinquenta pessoas, sentadas no chão do estúdio, ao nosso redor. A sala da técnica, separada da sala de gravação por um vidro, acabou fazendo parte da cena.
O show já tinha um vídeo, criado por Marcia Xavier e Doca Corbett, todo em preto e branco, que funcionava como um cenário em movimento, e os figurinos, criados por Marcelo Sommer, eram todos em diferentes tons de cinza. Como já tínhamos nos apegado a esse ambiente, muito adequado para o som que vínhamos fazendo, pensamos em produzir o DVD todo em preto e branco.
Para dirigir, chamei Tadeu Jungle, que já havia dirigido dois de meus clipes (Poder e O Silêncio) e com quem tinha há tempos o desejo de fazer um trabalho de mais fôlego em vídeo.
Propus trabalharmos com um conceito de luz e fotografia bem contrastadas, que se afastasse
da textura dos programas de televisão e se aproximasse da estética do cinema expressionista alemão do início do século passado. Convidamos Marieta Ferber para criar o cenário, que ficou bem bonito e apropriadoao clima que buscávamos. Como esse é meu primeiro DVD (e CD) gravado ao vivo, quis que ele fosse bem representativo de minha carreira, de uma maneira geral. Ampliei um pouco a panorâmica que o roteiro dá sobre o meu repertório, incluindo algumas outras canções, além de uma inédita (Quarto de Dormir, parceria minha com Marcelo Jeneci). E convidei para participarem alguns artistas amigos que foram importantes nesses 25 anos de carreira. Com Nando Reis cantei Não Vou Me Adaptar, que gravamos juntos com os Titãs (no disco Televisão e, posteriormente, no Go Back, ao vivo em Montreux) e que ele incluiu depois em seu repertório solo. Com Edgard Scandurra fiz Judiaria (de Lupicínio Rodrigues, que gravamos juntos no álbum Ninguém), quase toda apenas com voz e guitarra. Com Branco Mello cantei Eu Não Sou Da Sua Rua, parceria nossa dos anos 80, que havia sido gravada por Marisa Monte em 91 e que eu regravei no Qualquer. Com as presenças de Branco e de Nando estava bem representada minha fase nos Titãs. Com Edgard, parceiro que participou de todos meus discos; minha carreira solo. Faltava minha outra banda, Tribalistas. Carlinhos e Marisa atenderam ao meu chamado, e veio também Dadi, que gravara conosco, para fazermos duas músicas daquele repertório Um a Um e Velha Infância. O resultado está aí. Ao Vivo No Estúdio. Espero que quem veja e ouça se divirta tanto quanto nós, ao gravá-lo.
 

quarta-feira, dezembro 05, 2007

ROTEIRO


O poema Roteiro saiu impresso em Zero Hora dia 05/12. Pra quem não leu, confira por aqui.


domingo, novembro 18, 2007

OFICINA SOLTE O VERBO



No dia 13/11, terça-feira, aconteceu a cerimônia de entrega dos certificados da oficina de criação poética do projeto Solte o Verbo, do Centro Cultural Erico Veríssimo, ministrada nos meses de agosto e outubro por Lorenzo Ribas, Diego Petrarca e Telma Scherer. Na cerimônia foram lidos poemas das autoras/oficineiras e o lançamento de um livro-cardápio, com a impressão dos textos produzidos em aula.Os professores Mauricio Chemello e Robertson, que ministraram, respectivamente, oficina de Conto e de textos em Língua Inglesa, estavam presentes com seus alunos. A coordenadora do projeto Solte o Verbo, Sabrina Lindemann, também estava presente e foi quem clicou essa foto acima. Foi uma festa linda.

sábado, novembro 17, 2007

NA BIENAL



O Grupo Teia de Poesia realizou um sarau na 6 Bienal do Mercosul, dia 15 de novembro. O sarau foi aberto ao público e contou com a participação de duas pessoas da platéia. O espaço educativo foi o espaço para a realização do sarau. Manuel Bandeira, Manoel de Barros, Ítalo Calvino, entre outros autores, foram lidos durante o tempo do sarau.

O Grupo Teia fará dia 19/11 o sarau da livraria Saraiva, depois dia 22/11 e 06/12 os últimos saraus do ano de 2007 programados na Casa de Cultura Mario Quintana.

sexta-feira, novembro 09, 2007

GRUPO TRILHO



Teia de Poesia e Grupo Trilho


O sarau do dia 04/10, na Casa de Cultura Mario Quintana, do Teia de Poesia, recebeu a peça do Grupo Trilho chamada Aviso Prévio. Após as leituras no sarau, o grupo fez sua apresentação. Eis aí o registro desse dia lindo.

quarta-feira, novembro 07, 2007

POEMA DE TRABALHO






Os textos selecionados para o concurso Histórias de Trabalho 2007 foram anunciados no dia 6 de novembro às 20h no Memorial do Rio Grande do Sul, durante sessão de autógrafos dos selecionados do ano passado.

Diego Petrarca foi contemplado com o poema Descrição da Dançarina que vai integrar a antologia com os premiados, a ser lançada em junho de 2008.

TEIA E O RESTO DE 2007

 O grupo Teia de Poesia apresentou no dia 03/11, o sarau na Feira do Livro de Porto Alegre, (foto) naTenda da Pasárgada. O sarau contou com a participação de Carla Laidens e Mauricio Chemello. Além disso, Diego Petrarca estará ministrando a oficina Poesia e Canção, no sábado, as 16:30, dia 10/11, na CCEV. Telma e Lorenzo já deram seus recados em suas oficinas na Feira.
A agenda do grupo até fim do ano segue abiaxo:


- 19/11 - Segunda - 16:30 - Sarau Livraria Saraiva

-22/11 - Quinta - 19:00 - Sarau CCMQ

-06/12 - Quinta - 19:00 - Sarau CCMQ - Paratodos (fechando as atividades)


O grupo Teia de Poesia já está programando as atividades para o ano de 2008. A princípio, o que permanecerá serão as oficinas literárias e Saraus.


O ano de 2007 representou ao Teia de Poesia uma retomada das atividades poéticas, firmando uma programação de sarau na Casa de Cultura Mario Quintana, produzindo ao todo 11 saraus. Além disso a inclusão do grupo nas atividades culturais da livraria Saraiva, a participação no Portopoesia, as oficinas literárias no Centro Cultural Erico Verissimo, as inserções na programação da Feira do Livro de Porto Alegre. Além, é claro, das produções/publicações dos integrantes do grupo que contou com a edição independente da revista Teia de Poesia. Teia segue em frente, porque a aranha vive do que tece, vê se não esquece.

Evoé Teia!

domingo, outubro 21, 2007

CHACAL EM OBRA COMPLETA



O poeta carioca Chacal, teve sua obra poética completa editada pela Cosac & Naif. Do mesmo jeito que Cacaso, Francisco Alvim, entre outros, a obra é uma super produção gráfica, capa dura e uma diagramação luxuosa. A recuperação dos livros artesanais de Chacal, assim como outros independentes lançados na época da chamada poesia marginal, agora estão disponíveis nas livrarias do país. Belvedere ainda traz a reprodução do livro artesanal Quampérius, lançado no ano de 1977.

sexta-feira, outubro 12, 2007

POESIA DE CADA DIA




O poema Jacarandás com Cimento, saiu no Almanaque Gaúcho do jornal Zero Hora, dia 12/10. O poema integra a série sobre cidades. Clique em cima da imagem, amplie, leia, desfrute.

No mais: é isto ou aquilo
.

sexta-feira, setembro 14, 2007

domingo, setembro 02, 2007

DOIS CAETANOS








A capa da revista Rolling Stone do mês passado, apresenta um perfil do Caetano atual, 2007, reportagem do grande jornalista musical Marcus Preto. A imagem da direita é de um show tributo a Gláuber Rocha, duas semanas após a partida do cineasta que tanto influenciou Caetano, em agosto de 1981. Variações do mesmo tema. Caetano agora e há 26 anos atrás. Beleza pura!

sábado, agosto 25, 2007

SARAU DO TEIA



O grupo Teia de Poesia (foto) segue suas atividades na Casa de Cultura Mario Quintana com o sarau. Até agora foram 5 saraus desde o início das atividades, em junho, e mais 7 virão até o fim do ano. O Sarau é sempre apresentado pelo grupo Teia de Poesia e conta com a prticipação luxuosa do casal poético Carla Laidens & Mauricio Chemello.


Eis os temas dos próximos:
- 06/09 - Qualquer maneira de amor vale a pena
- 20/09 - Marginália
- 04/10 - Ou isto ou aquilo
- 18/10 - Veroverso
- 01/11 - Lado B
- 22/11 - Chama Xangô
- 06/12 - Paratodos

Afinal de contas: A Poesia é a Mãe das Artes e das Manhas em Geral!

sábado, agosto 11, 2007

SAIR PRA RUA



Na edição de sexta 24/08 do jornal Zero Hora, o poema Sair Pra Rua foi republicado na coluna do Almanaque Gaúcho. O texto é de uma série sobre o tema cidade. Na edição do dia 11/08 Sair Pra Rua apareceu em outro fomato. Pra quem não leu confira aqui. É só clicar nas imagens para ampliar as figuras.

terça-feira, agosto 07, 2007

FRAGMENTO DE NATÁLIA

É preciso acreditar num novo dia
Na nossa grande geração perdida
Nos meninos e meninas
Nos trevos de quatro folhas
A escuridão ainda é pior que essa luz cinza
Mas estamos vivos ainda
E quem sabe um dia
Eu escrevo uma canção p'rá você
Natália - R. Russo - 1996

quinta-feira, agosto 02, 2007

PARA LEMBRAR OITICICA



Revista Bravo desse mês.
Tropicália – Uma Revolução na Cultura Brasileira”

O movimento de ruptura estética e musical teve seu auge entre 1967 e 1968 e influenciou não só a cultura nacional, como também músicos do porte de David Bowie e David Byrne, vocalista da banda Talking Heads, além do jovem e conceituado Beck. Para realizar a exposição, o curador Carlos Basualdo selecionou mais de 250 itens, entre capas de discos, roupas, pôsteres, documentários, anúncios, livros, material de teatro e televisão sobre a trupe formada por Caetano Veloso, Gal Costa, Tom Zé, Os Mutantes e o atual Ministro da Cultura, Gilberto Gil, entre outros. Inspiradas na Tropicália, obras de Hélio Oiticica (autor da instalação que deu nome ao movimento), Ligia Pape, Lina Bo Bardi, Arto Lindsay, Marepe, Ernesto Neto, Rivane Neuenschwander e Dominique Gonzalez-Forster também farão parte da mostra. “Tropicália – Uma Revolução na Cultura Brasileira” chega a Casa das Culturas do Mundo para apresentar ao público alemão um panorama do que foi o tropicalismo. O movimento de ruptura estética e musical teve seu auge entre 1967 e 1968 e influenciou não só a cultura nacional, como também músicos do porte de David Bowie e David Byrne, vocalista da banda Talking Heads, além do jovem e conceituado Beck. Para realizar a exposição, o curador Carlos Basualdo selecionou mais de 250 itens, entre capas de discos, roupas, pôsteres, documentários, anúncios, livros, material de teatro e televisão sobre a trupe formada por Caetano Veloso, Gal Costa, Tom Zé, Os Mutantes e o atual Ministro da Cultura, Gilberto Gil, entre outros. Inspiradas na Tropicália, obras de Hélio Oiticica (autor da instalação que deu nome ao movimento), Ligia Pape, Lina Bo Bardi, Arto Lindsay, Marepe, Ernesto Neto, Rivane Neuenschwander e Dominique Gonzalez-Forster também farão parte da mostra.


sábado, julho 21, 2007

REVISTA TEIA


A revista Teia de Poesia foi lançada no dia 12 de julho, no terceiro sarau do grupo na Casa de Cultura Mario Quintana, que vai acontecer, quinzenalmente até dezembro de 2007. O blog aqui apresenta a capa da revista que conta com 20 poemas, 4 de cada integrante do Teia.

Poemas de:

Carla Laidens: Leve - Inexisitir - Palavras escondidas - Esvoaçar
Diego Petrarca: Réstia - Desde ontem - Castanho - No meio da casa
Lorenzo Ribas: O filho que me dou - Meu reflexo - Eleve- Dói a palavra
Mauricio Chemello: Aqui estou - El angel que vive em mí - Isto não está acontecendo - Quero que olhes
Telma Scherer - Estou esperando o ladrão - Rua João Pessoa, 165 (excertos) - Um homem é um oco: um foco em zona indefinida


Confiram a Revista Teia, são apenas 100 exemplares!

domingo, julho 15, 2007

SARAU TEIA DE POESIA CCMQ




Agende-se, programe-se. O sarau do grupo Teia de Poesia está com as datas todas até o fim do ano. Cada sarau, cada tema, cada data. Tudo está no cartaz.

O grupo Teia de Poesia também está com programação no projeto Solte o Verbo no Centro Cultural Érico Veríssimo, abaixo o link:


Além disso, dia 21 de julho tem sarau na Palavraria e dia 03 de agosto, o Teia de Poesia fará parte da programação cultural da Saraiva Meg Store.

Evoé Teia!

domingo, junho 24, 2007

FULLGÁS - MARINA E CAETANO

FULLGÁS - 2


Em 1986, Marina Lima e Caetano Veloso se reuniram pra cantar a canção Fullgás no programa Chico & Caetano. Fullgás é uma perceria de Marina com seu irmão Antonio Cícero, poeta musical e erudito. Esse vídeo é de uma lindeza sem conclusão. É só conferir acima. Delícia pros olhos e ouvidos.



quarta-feira, junho 13, 2007

GRUPO TEIA




O Grupo poético Teia de Poesia (foto linda acima) inicia suas atividades programadas na Casa de Cultura Mario Quintana até meados de novembro. Serão ministradas oficinas de literatura com os integrantes do grupo e uma agenda de Saraus. Confira abaixo as datas das oficinas com cada membro e sua proposta e logo depois as datas do Sarau. Durante o ano, estão programadas também atividades no centro Cultural Érico Veríssimo.







 QUE CHAMA  DISSO
Miante: Diego Petrarca
Data: 05/7/20à 06/09/2007 (inscrições e informações na Central de Informações)
Local: Sala de


PRÉ-ESTRÉIA DRAU LITERÁRIO

Dia 14 de junho, às 19h, no Acervo Mario Quintana - mezanino É um encontro no qual acontecem leituras de textos poéticos, geralmente relacionados com um tema. O público é convidado a ler e a apresentar os seus poemas. Há vários fios condutores possíveis, várias vozes, e o resultado é sempre um debate poético em teia. O contato com outras expressões artísticas comumente integra o sarau, tais como exposições de artes visuais e apresentações de música, dança e teatro.

Coordenação Grupo Teia de Poesia

Datas: 28 de junho; 12 e 26 de julho; 9 e 23 de agosto; 06 e 20 de setembro; 4 e 18 de outubro e 01, 15 e 29 de novembro.Horário: Das 19h às 22h
Entrada Franca

domingo, junho 10, 2007

MONTAGEM CÊNICA




O projeto BEATRIZ venceu o concurso Palcohabitasul de Montagem Cênica.depois de ganhar a votação pela web, teve a vitória confirmada pela avaliação do “júri técnico”.Sinopse: Espetáculo de dança-teatro lírico e bem humorado sobre uma pessoa lidando com o passar do tempo, seus sentimentos, questionamentos e desejos. Inspirado nas poesias Domingo (Gerusa Marques Figueira) e Cabelos Molhados (Diego Petrarca) e no conto A beleza e a tristeza (Jeferson Tenório) e criado através de uma pesquisa corporal e vocal partindo das ferramentas e particularidades da atriz/bailarina (dança contemporânea, dança aérea e teatro).

Ficha técnica: Roteiro / Coreografia / Elenco: Fernanda Carvalho Leite Direção de atuação: Deborah Finocchiaro Bailarino Convidado: Eduardo SeverinoTrilha Sonora (Música original): Guenther AndreasFigurinos: Vivi GilIluminação: Fabrício Simões Cenotécnico: Juliano RossiProdução: Daniela OliveiraArte Gráfica: Fred Messiasa estréia acontece em dezembro, no Theatro São Pedro. Clique no título dessa postagem e entre na comunidade de BEATRIZ.


terça-feira, junho 05, 2007

OUTONO INVERNO


Na última quinta-feira, dia 31 de maio, o jornal Zero Hora publicou o poema Outono Inverno, de Diego Petrarca, no Almanaque Gaúcho, penúltima página do jornal. O blog reproduz o recorte da página pra quem não leu. Diego participou dessa coluna também em outros anos, com poemas diferentes. Outono Inverno é recentíssimo, da nova safra. Amplie o recorte para uma melhor leitura.




domingo, maio 13, 2007

OBRA DE ANA C.




Ana Cristina Cesar e o que ela escreveu e o que já saiu sobre ela.

Cenas de Abri, poesia - 1979
Correspondência Completa, prosa poética - 1979
Luvas de Pelica, poesia - 1980 (publicado na Inglaterra)
A Teus Pés, poesia - 1983 (Incluí os 3 livros de poesia)
Literatura Não é Documento - Tese de Mestrado - 1979
Inéditos e Dispersos, poesia - 1998
Correspondência Incompleta - Cartas - 1999
Escritos no Rio - Ensaios - 1993
Escritos na Inglaterra - Ensaios - 1993


Sobre Ela
Ana Cristina Cesar - Perfis do Rio - Italo Mariconi - 2001

LOBÃO É LUZ DEMAIS






Na última terça-feira, dia 08 de maio, o compositor Lobão, referência evidente do Brock e agora também da MPB, esteve em Porto Alegre para a divulgação do seu mais novo disco, acompanhado do DVD: Lobão Acústico MTV.

Diego Petrarca, a convite de Fabio Godoh, que marcou a entrevista, juntamente com Marcelo Noah, Fernando Nogueira, além da fotógrafa Charlene, conversaram 1 hora com Lobão sobre música, MPB, Julio Barroso, seus 132 processos, rock gaúcho, Caetano Veloso e outras mumunhas mais.

Em junho ele estará apresentando seu show em Porto Alegre. Lobão, que atravessou os anos 80 rabelde e polêmico e nos anos 90 ficou correndo por fora e levantou a bandeira da música independente com seu Universo Parelelo, renasce agora mais vivo, mais lúcido e deslumbrantemente ainda mais inteligente nesse 2007 de agora.

No fim da entrevista Lobão recitou Luz Demais  poema de Diego Petrarca lindamente veiculado na garganta poderosa do maestro Lobão, logo após ter recebido das mãos dos produtores Fabio e Marcelo o magnífico Trinta em Transe.

Abaixo trechos da entrevista:


"A contradição é a mãe da inteligência".

"Ser taridor do seu próprio reino, ser traidor do seu próprio sexo, ser traidor do seu próprio meio, da sua maioria. A vida é doce."

"Os Doces Bárbaros em 1976, todo mundo de ccabelo no sovaco, já rolando aquele punk... e nós achando que aquilo era vanguarda..."

"Poesia concreta musical, não gosto. Isso é muito bobo..."

"Eu gosto do texto corrido, discursivo. "

"O Julio Barroso era o maior exemplo de ruptura da qual eu sempre me refiro...
Ele tinha um dente quebrado que ele cultivava, ele falava:
- Quebrei chorando pelo Lennon."

"Nunca ouvi um disco do Cazuza, nunca ouvi um disco brasileiro naquela época a não ser o meu"

"O Noite foi o início da minha composição integral de disco."

"Cachorro Grande é a melhor performance do rock brasileiro atual."

quarta-feira, abril 18, 2007

REVISTA MTV 71




A Revista MTV traz na edição de abril este poema de Diego Petrarca na sessão You Paper, espaço para a criação alternativa. A foto ao lado é de outro artista genial da cena paulistana. Confiram o poema aqui no blog, porque a Revista MTV agora é só para assinantes.

sexta-feira, abril 06, 2007

ESTRELA, ESTRELA



Estrela Leminski
Lindeza Absoluta, resoluta
Filha de Paulo Leminski e Alice Ruiz
Nasceu em 7 de março de 1981
Tem 26 anos
Um livro de poesia lançado em 2003: Cupido, Cuspido, Escarrado
É baterista da banda Casca de Nós (bateria e zabumba)
Lançou em 2006 o cd Música de Ruiz
Tem o blog http://leminiskata.blogspot.com/
Publicou o livro CONTRA-INDÚSTRIA, um raro material sobre a cena independente no Brasil que traz um novo paradigma.

Confira e respira:
http://www.musicaderuiz.art.br/


Ímpar ou Ímpar
Letra: Paulo Leminski
Música: Estrela Leminski

Pouco rimo tanto com faz.
Rimo logo ando com quando,mirando menos com mais.
Rimo, rimas, miras, rimos,
como se todos rimássemos,
como se todos nós ríssemos,
se amar (rimar) fosse fácil
Vida, coisa pra ser dita,

como é fita esse fado que me mata.
Mal o digo, já meu siso se conflita
com a cisma que,
infinita, me dilata

POEMAS DE EUCANAÃ FERRAZ

Eucanaã Ferraz é autor de "Martelo" (1997), "Desassombro" (2002), "Rua do Mundo" (2004), entre outros livros de poesia. Organizou "Letra Só", livro de letras de Caetano Veloso (2002), e "Poesia Completa e Prosa", de Vinicius de Moraes (2003).

Tem poemas publicados em revistas especializadas (Brasil, França e Portugal). Participou da antologia Esses poetas - uma antologia dos anos 90, organizada por Heloísa Buarque de Hollanda (Rio de Janeiro: Aeroplano, 1998).
Participou de várias encontros de poetas, entre eles a I Bienal Internacional de Poesia de Faro, Portugal, 2001; e o II Encontro Internacional de Poetas na Ilha de Porto Santo, 2002 (Região Autônoma da Madeira, Portugal).
Professor de Literatura Brasileira na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde obteve título de mestre com a dissertação Drummond: um poeta na cidade, em 1994, e se doutorou com a tese Máquina de comover: a poesia de João Cabral de Melo Neto e suas relações com a arquitetura, em 2000.



ACONTECIDOComo quem se banhasse
no mesmo rio
de águas repetidas,
outra vez era setembro
e o amor tão novo.
Iguais, teu hálito mascavo
e minha mão inquieta.Novamente o quarto,
a praça vista da janela,
teu peito.
Depois eu era só - vê -
sob a chuva miúda daquele dia.

FURTO

Imagina que
um rapaz,
rapace, te roubasse o nome.
Tua carne, então, era só melodia.
Ainda que os espelhos
contassem teus olhos e cabelos,
seguiria teu segredo,
intacto,
nas mãos do ladrão.Serias não mais que
uma coisa bruta: a felicidade.
E, sobre ela,
um pássaro pousar
pudesse.

PARA MANUEL BANDEIRA

Também é o becoo
que vejo.
Mas adivinho a Glória,a baía, o chão do horizonte.
E sei que,
no escuro,
o bico de um barco me olha.

FIGURA

A sorte
precária de uma luz
em meio à sombra
que tudo amesquinha.
Cada coisa sabe disso - o livro,
o prato, a fruta - e diz.

DESEJO

Que venham as flores, o doce,
a blandícia e o azul
mais que azul
das calmarias.
Ainda assim, sonharemos - secretos - com
beijar a boca das espadas.



segunda-feira, março 26, 2007

EVOÉ ALVIM




O Poeta Francisco Alvim começou em 1968. Nasceu em Araxá, Minas Gerais, em 1938. Além de poeta é também diplomata. Seu primeiro livro foi lançado quando o autor tinha 30 anos: Sol de Cegos, no ano espinhoso de 1968. De volta da França no início dos anos 70, passou a integrar movimentos de poesia independente (mais tarde conhecida como a chamada poesia marginal) ao lado de outros nomes notáveis como Chacal, Cacaso, Geraldo Carneiro.

Sua poesia, de filiação modernista, foi influenciada pelas obras de Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira, além de Oswald de Andrade, com quem tem em comum os versos sintéticos e bem-humorados. Aliás, a citação e a paródia de poetas modernistas, assim como o coloquialismo, são traços marcantes no trabalho dos chamados poetas marginais, da qual Alvim fez parte. Em 1974, ele lançou Passatempo, dentro da coleção Frenesi.

Teve poemas incluídos Antologia de Poesia Marginal, organizada por Eudoro Augusto e Bernardo Vilhena na revista Malasartes, em 1975, e em 26 Poetas Hoje, antologia ordenada por Heloísa Buarque de Hollanda em 1976.

Alvim ganhou o prêmio Jabuti de Poesia, concedido pela Câmara Brasileira do Livro, em 1982, por Passatempo e Outras Poesias, e em 1989 por Poesias Reunidas: 1968-1988.
Sua obra mais recente é Elefante, de 2000.

Não há muito, a editora Cosac&Naif editou seus poemas numa edição de luxo (assim como fez com outros autores dessa geração) dando um panorama geral e talvez definitivo da sua produção poética ao longo de 30 anos. Poemas de 1968 até 2000.

Francisco Alvim pertence ao primeiro time do que veio a ser a equipe de frente do movimento de poesia a margem dos anos setenta. As primeiras edições, os primeiros trabalhos publicados que caracterizaram a produção dessa época, teve Alvim como um dos primeiros representantes.
Sua dicção poética também manteve-se firme e coerente com a proposta defendida pelos poetas marginais: como a ironia, a livre exposição de forma, a brevidade, o desbunde linguístico, numa volta radical as primeiras propostas modernistas de Oswald.

Francisco Alvim é redescoberto nessa nova antologia, ou não redescoberto, mas trazido a tona com sua obra fundamental para entender a variadade de estilos que caracterizou a poesia Brasil anos 70. Das várias vozes, de todos os quase-poemas e dos poetas que permaneceram daquela geração, Alvim é figura de destaque.

domingo, março 25, 2007

FRANCISCO ALVIM

MANHÃ DE SOL com AZULEJOS

Tudo se veste da cor de teu vestido azul

Tudo - menos a dona do vestido:
meus olhos te passeiam nua
pela grama do campo de golfe
Uma curva e eis-nos diante de meu coração
Não amiga não temas meu coração;

é apenas um chapéu surrado
que humildemente estendo
para colher um pouco de tua alegria
de tua graça distraída de teu dia

1968 - Sol dos cegos

sexta-feira, março 23, 2007

MASSA REAL

Massa real

(Caetano Veloso)

Hoje eu só quero você
Seja do jeito que for
Hoje eu só quero alegria
É meu dia, é meu dia
Hoje eu só quero amor
Hoje eu só quero prazer
Hoje vai ter que pintar
só quero a massa real
É o meu carnaval
Hoje eu só quero amar
Hoje eu não quero sofrer
Não quero ver ninguém chorar
Hoje eu não quero saber
De ouvir dizer que não vai dar
Vai ter que dar, vai ter que dar
Esse é o meu carnaval
Vai ter que dar, vai ter que dar
Só quero a massa real

DOIS CONCRETOS








Por Décio Pignatari


domingo, março 04, 2007

POETAS E A INDEPENDÊNCIA

MOCIDADE INDEPENDENTE




Pela primeira vez infringi a regra de ouro e voei pra cima sem medir mais as conseqüências. Por que recusamos ser proféticas? E que dialeto é esse para a pequena audiência de serão? Voei pra cima: é agora, coração, no carro em fogo pelos ares, sem uma graça atravessando o Estado de São Paulo, de madrugada, por você, e furiosa: é agora, nesta contramão.

Ana Cristina Cesar/A teus pés - 1983.

domingo, fevereiro 25, 2007

NOEL - O POETA DA VILA



O filme Noel, o poeta da Vila, ainda não estrou nacionalmente, provavelmente em março ou abril deste ano de 2007 ele estará nas telas de todo país. Mas em janeiro agora pude assistir dentro de uma mostra internacional de filmes inéditos esta obra reveladora da personalidade artística e pessoal deste nobre poeta da nossa canção popular.

O ator carioca Rafael Raposo (carioca iniciado no teatro) incorpora, até fisicamente em função da característica singular do queixo de Noel, o compositor fluminense de um modo muito claro e consistente para se ter uma ideia de como agia, falava, pensava o poeta da vila. Até mesmo na sua forma de compor, de escrever, de se inspirar e de se relacionar com amigos, mulheres e boêmia. Todos esses aspectos são ricos dentro do filme. Noel Rosa é apresentado como um artista da vida, sensível e elegantemente malandro, apaixonado e constantemente inspirado. A cinebiografia é exemplar em reconstruir Noel e trazê-lo de volta ao centro, afinal Noel Rosa evoluiu o nosso samba e criou uma linguagem fundadora do conceito do samba brasileiro. Se a poesia flertou com o samba, Noel é responsável também, em letras que escritas no papel desvinculadas da melodia, são verdadeiras crônicas da vida carioca e de um lirismo universal.

O filme mostra Noel conhecendo outro sambista notável, Ismael Silva, sua forma de vender sambas, de ir até ao morro, e se infiltrar no núcleo do sambistas para se mostrar. Assim como a convivência com a tuberculose e suas paixões fulminantes, mote de muitos belos sambas e textos. O diretor paulista Ricardo Van já havia dirigido um curta-metragem sobre Noel, agora a vida desse gênio está num longa definitivo e absolutamente comovente. Toda beleza que Noel produziu e toda sua fluência musical/poética é extraída da sua rotina carioca de noites, cabarés, porres, numa mescla de burguesia e lapa, de malandragem e elegância e ternura nas paixões. Camila Pitanga interpreta o seu grande amor. Noel também é mostrado na Rádio Nacional, gravando e produzindo sambas eternos.

Vi e me encantei. Noel poeta e Noel pessoa. Noel da Vila Isabel.

ROBERTO PIVA





Sim, há leitores que, há pouco mais de quatro décadas, engalfinharam-se em livrarias por uma obra de poesia. Era 1963 e a pequena editora Massao Ohno lançava "Paranóia", livro que, com acidez e liberdade estética, como dito e repetido desde então, perfazia a gênese da cidade de São Paulo, a uma vez louvando e maldizendo suas ruas e avenidas. Lançava-o para vê-lo esgotado em duas velozes semanas. Roberto Piva, seu autor, era então um jovem recém-passado dos 20 anos, muito diferente do senhor que agora vê suas obras quase completas relançadas pela editora Globo. Afora uma e outra desejável omissão, seus poemas ressurgem reunidos em três volumes, o primeiro dos quais, "Um Estrangeiro na Legião", O segundo tem previsão de publicação ainda para este ano, e o terceiro, que inclui o mais místico (ou "xamânico", como ele define), "Estranhos Sinais de Saturno", sai em 2006.

Os leitores da década de 1960 sem dúvida, em matéria de poesia, os que mais se aproximariam do que se pode chamar de "fanáticos"-- talvez se entristecessem ao ver Piva trancafiado em seu apartamento na Santa Cecília, já descrente da vida que pulsa nas ruas. Das ruas, segundo denunciam suas janelas fechadas e empoeiradas, só lhe alcança o som das buzinas. Das calçadas, quem sabe, um ou outro leitor, um ou outro aspirante a poeta, a tocar-lhe de surpresa o interfone. Solitário, Piva se cansou da cidade em cujas praças e parques despejou seu verbo e, não fosse a falta de dinheiro, já teria se retirado para morar "no meio do mato, num sítio qualquer", em suas mais apoéticas palavras. "Não sou um poeta da cidade; sou um poeta na cidade", retifica o paulistano de nascença, para possível aflição dos que nele leram o Walt Whitman desta metrópole ou o Rimbaud de um céu mais cinzento.Resta-lhe, entretanto, ainda que por vezes com amargura semelhante, ler os poemas que retira das pilhas de livros que ocupam seu apartamento, de Murilo Mendes a Federico García Lorca, passando por Dante Alighieri. E resta-lhe também, quando atiçado, conversar sobre eles e sobre ela, sua fiel companheira, a poesia."A poesia, dizia André Breton, é a mais fascinante orgia ao alcance do homem. E Freud explicava que ela liberta as nossas tensões psíquicas", ensina Piva, aproveitando para explicar o modo como lhe sobrevêm os poemas. Escreve em "iluminações", em "surtos", que curiosamente acumulam-se em intervalos de 12 em 12 anos. Os três volumes que a Globo lança agora correspondem justamente a seus três principais surtos, como explica Alcir Pécora, organizador da publicação.O primeiro, "de viés beat, whitmaniano e pessoano"; o segundo, "de traços psicodélicos e experimentais"; o terceiro, "místico e visionário", todos nas palavras de Pécora. A poesia tem de ser assim, em surtos? "A minha poesia tem de ser assim", responde Piva. "Ou melhor", corrige, após segundos de silêncio, "é assim".Em todos os seus surtos existiria a mesma necessidade de transgressão que havia no primeiro? "Não, depende do ritmo, da iluminação do momento, da contemplação. Poesia não é coisa programada", anuncia, para novamente deixar imperar o silêncio enquanto pensa. "A poesia não é lógica. É analógica", despeja.Mas é um instrumento adequado para combater "as odiosas convenções sociais", como anunciara no posfácio de "Piazzas", que praticamente constituía um manifesto de suas intenções, éticas ou estéticas? "Sim, desde que não seja engajada e programática". E emenda: "poesia, como dizia Octavio Paz, é uma arte minoritária. E uma minoria deixa de ser minoria quando tem a posição transgressora correta".O silêncio volta a protagonizar o ar do claustrofóbico apartamento. O mote da conversa talvez estivesse, de fato, exasperado. Talvez não merecesse mais palavras ditas. Piva, no entanto, tem algo mais a pontuar, quem sabe conferindo sentido e redenção a tudo aquilo: "A poesia é um caminho que exige vocação e sacrifício. Mas tem suas alegrias também".


Folha de São Paulo - caderno Ilustrada/2005.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

HABITASUL REVELAÇÃO LITERÁRIA




No dia 06 de janeiro deste início de 2007 (1982, segundo o calendário mítico) foi lançada no nobre e magnífico hotel Laje de Pedra, em Canela, a 7 antologia do Habitasul Revelação Literária na Feira do Livro. Após a entrega do prêmio aos autores premiados presentes na antologia, foi oferecido um delicioso coquetel, a base de sushi, vinho, e outras mumunhas mais. O poeta Diego Petrarca, que também participou como destaque na categoria In-Versus (poesia) no ano de 2005, estava lá novamente, agora com o poema Cabelos Molhados (pág. 53).

O prêmio Habitasul é um dos mais constantes em premiar a literatura do nosso estado. Na verdade esse é o único prêmio já tradicional das novas letras em Porto Alegre, fomentando a nova geração de escritores por aqui.

Estavam presentes, entre outras personalidades literárias, Fabrício Carpinejar, Ricardo Silvestrin, Caio Ritter, Marcelo Noah, Sérgio Naap, e todos os vencedores das categorias: Lero PQ quero (texto coletivo pela internet), Eu conto.com (contos), In- Versus (poesia), Dando a Letra (autores infantis), Palavra de Autor (obra já publicada de autor), e a novidade Eu conto.com/Alguém (literatura e outros suportes).

A edição do livro saiu com 5 mil exemplares distribuídos durante o lançamento, no Hotel Laje de Pedra, em canela, as 21:00 horas. Como é de praxe, na próxima Feira do Livro, um grupo de teatro selecionado ficará encarregado de montar uma peça com os textos da antologia lançada, no projeto também genial chamado Palcohabitasul

Um beijo especial a Elisandra Borges, uma doçura de pessoa e competência. Coordenadora de eventos da Habitasul.


Os poetas sobem ao palco