quarta-feira, abril 22, 2009

CIDADE POEMA






Cidade Poema é um projeto realizado pela Atena Produções, concebido por Laís Chaffe, ao longo dos próximos dez meses, serão cem outdoors e cem busdoors com poemas pela cidade. Adesivos em livrarias e vitrines, versos em bolachas de cerveja e uma série de mini-metragens poéticos são outras iniciativas já confirmadas para 2009. Berenice Sica Lamas, Diego Petrarca, Edson Cruz, Fabrício Carpinejar, Jaime Vaz Brasil, Laís Chaffe, Lau Siqueira, Ricardo Silvestrin e Susana Vernieri estão nos busdoors desta primeira etapa do Cidade Poema.

Acima os 2 poemas de Diego Petrarca que integram o projeto.

O lançamento oficial ocorre durante a FestiPoa Literária (22 a 25 de abril) – um dos vários parceiros do projeto idealizado por Laís Chaffe, jornalista à frente da Atena. A partir da quinta-feira, 23 de abril, quem for tomar uma cerveja n`A Toca da Coruja, onde estão previstas outras atividades da FestiPoa, poderá conferir bolachas com poemas de quatro autores e ilustrações de Augusto Franke Bier.

"O porto-alegrense que sair às ruas a partir de hoje (16 de abril) vai encontrar uma cidade um pouco mais poética: na noite de quarta-feira, começaram a ser colocados os primeiros de um total de 25 outdoors com um poema de Celso Gutfreind e uma ilustração de Guilherme Moojen. A iniciativa faz parte do projeto Cidade Poema, a ser lançado oficialmente na próxima semana, quando outros 15 poemas de nove autores, acompanhados por fotografias de Fernanda Bigio Davoglio, passam a circular em 30 busdoors (adesivos na parte de trás de ônibus). O objetivo é trazer a poesia para a vida cotidiana do porto-alegrense, inclusive do público menos familiarizado com a fruição e criação poética".

segunda-feira, abril 20, 2009

ZII E ZIE




Caetano Veloso lança novo disco. Das 13 canções, 11 inéditas. O último disco de 2006 , de certa forma, conduziu a produção deste último, que leva nome italiano numa tentativa de Caetano mencionar São Paulo, uma vez que as letras de Zii e Zie descrevem paisagens cariocas. Ou apenas uma desculpa pro título soar com a devida estranheza que o novo disco sugere. Com certeza o novo disco está mais experimental, Caetano quis introduzir ao samba levadas de rock, como se em vez de cavaquinho fossem as guitarras que dessem a régua e o compasso para o desenho das canções. Não é um disco que cativa na primeira audição, ruídos de guitarra, letras de uma poesia que exige uma releitura fora da canção, alguma faixas Caetano muda a voz, talvez com a intenção de intensificar a estranheza sugerida no disco.

Ao longo de 2008, Caetano fez as canções desse novo disco, aprsentando no show Obra em Progresso ao mesmo tempo em que mantinha um blog explicando o processo de composição do disco lançado este ano, mais armado ao longo do ano passado. As canções eram postadas em videos no blog, o que dava uma ideia de como o disco seria. A capa remete a um disco de rock dos anos setenta, algo obscuro que esconde nas cores neutras uma paisagem bonita.

Algumas canções se destacam, soam inclusive simpáticas no meio de tanta estranheza sonora: Sem cais, Falso Leblon (cantada sem esforço porém com resultado lindo) e Diferentemente (já cantada em shows do NortNoites do Norte, de 2001) são as melhores do disco. As facilidades pop como Tarado Ni Você e A Cor Amarela, mais fortes no som que em letra, sugere a intenção Samba di disco. A faixa de abertura, Perdeu, é a mais ousada em termos de construção, uma letra quebradiça com rock derramado nas guitarras, a peça mais exigente em tremos de audição/recepção e, não por acaso, é a faixa que apresenta o disco.

As regravações ressaltam o conceito Samda do disco, dois sambas característicos impressos em forma pop/rock, as releituras ideias de caetano para essa mescla Samba Rock. A única peça em que o cantor toca a política é A Base de Guantánamo, que é basicamente uma frase repetida com vocal sombrio.

Lobão Tem Razão e Por Quem (Caetano com agudo uivando a faixa mais lírica do disco), são canções que mostram uma nova fase na poesia de Veloso. Lapa e Menina da Ria, exemplificam a paisagem do Rio de Janeiro sem deslumbramentos que permeiam o disco.

Caetano Veloso, ao longo de seus 65 anos, e mais de quarenta de carreira, pode lançar o que quiser e como quiser, acredito que ele deva ter essa consciência, e é prazeroso ver essa liberdade num disco que não tem comprometimentos de mercado nem de modismos nem ondas do momento, é o que deu vontade de fazer concebido da forma que lhe foi a mais propícia. Essa atitude é coerente com a trajetória artística de Caetano, a estranheza que convence e cativa a medida que se vai lendoouvindo.