terça-feira, dezembro 01, 2009

LEMINSKEROUAC


Aproveitando a coincidência da data, LeminsKerouac. Há vinte anos Paulo Leminski subia ao céu e, vinte anos antes, Jack Kerouac pôs os pés na estrada das nuvens. Uma leitura desses dois autores vivos nos livros e na alma beat daqueles que sabem. Eu sou um que sabe, assim como muitos outros uns.





sábado, novembro 21, 2009

EFEMÉRIDE DOS 9




EFEMÉRIDE DOS 9 – 40 anos

Queda do muro de Berlim - 1989
milésimo gol de Pelé - 1969
festival de Woodstock - 1969
lançamento de Ô blesq blom - 1989
exílio de Caetano e Gil -1969
inauguração do estádio Beira-Rio - 1969
seqüestro do embaixador americano - 1969
bug do milênio – 1999
eleições diretas – 1989
meus pais se conhecem - 1969
minha mãe grávida me esperando – 1979
Vinícius de Moraes é exonerado do Itamaraty - 1969
eu na quarta série – 1989
Cassiano Gabus escreve Que Rei Sou eu? - 1989
200 anos da Revolução Francesa - 1989
meus primeiros 9 anos - 1989
o homem pisou na lua – 1969
o protesto no Stonewall – 1969
os Beatles tocam no telhado da Apple - 1969
lançamento do Pasquim – 1969
slogan Brasil: ame-o ou deixe-o – 1969
anistia no Brasil - 1979
Internacional é tricampeão brasileiro de forma invicta – 1979
Caio Fernando na casa de Hilda Hilst - 1969
Lennon se casa com Yoko – 1969
Gabeira escreve O que é isso, companheiro? – 1979
nasce Marina Person - 1969
Cazuza lança Burguesia – 1989
Clarice Lispector lança Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres - 1969
morre Jack Kerouac - 1969
morre Paulo Leminski - 1989
morre João Cabral – 1999
morre Augusto Boal – 2009
morre Michael Jackson - 2009
primeiro apagão – 1999
segundo apagão – 2009
Legião Urbana lança As Quatro estações - 1989
meu retorno de saturno – 2009

entre outras coincidências
todo o fim de década
se escreve com a letra 9

quarta-feira, novembro 18, 2009

ARENA E VAIA

Dia 25/11, leituras na premiação do Artistas Gaúchos e a nova edição do Jornal Vaia.


terça-feira, novembro 17, 2009

DESENHO DE PRESENTE


Um lindo presente de Guilherme Moojen, artista visual e desenhista, durante as sessões de gravação do Cidade Poema. Guilherme é o ilustrador oficial do projeto. E com essa figura acabou fazendo quase uma fotografia de mim.

segunda-feira, novembro 16, 2009

POEMA NO CINEMA

Ao longo de novembro, 15 mini-metragens do Cidade Poema podem ser vistos em salas do Cinesystem (Shopping Total). Neles, os poetas Alexandre Brito, Celso Gutfreind, Diego Petrarca, José Eduardo Degrazia, Maria Carpi, Paula Taitelbaum, Paulo Seben, Telma Scherer e Ricardo Silvestrin dizem poemas seus ou de poetas que admiram. A direção é de Laís Chaffe, com trilha sonora assinada por Beto Chedid (dos Cowbees), direção de fotografia de Rodinério da Rosa, edição de Tiago Damaman e direção de produção de Kika Lisboa. Os curtas de 30 segundos acompanham todas as sessões das salas 1, 2 e 3 até 30 de novembro, cada um permanecendo uma semana em cartaz. Confiram:

De 20/11 A 26/11 - SALA 1

Diego Petrarca - "O ocidente que se oriente" - de Diego Petrarca


A partir de 27/11 - SALA 3

Diego Petrarca - "Em solidão" - de Carlos Vogt

MOSTRA DAS OFICINAS





No dia 12 de novembro, quinta-feira, ocorreu a mostra das oficinas da Descentralização na Região Leste, onde ministrei entre maio e novembro deste 2009 o curso O texto criativo para a turma da comunidade. Além da inclusão de alguns alunos no concurso Histórias de Trabalho, fizemos um biombo ser exposto com os trabalhos manuscritos dos alunos e uma edição extra do jornal A Santa de Casa, que a comunidade organiza. Além disso, editamos o livro Anômalos, pela editora Cidadela, com ISBN e tudo, reunindo os textos dos alunos: CarlosRita e Neide, especialmente para a mostra. Além de apresentar esses mateiras para o público presente, alguns poemas do livro foram lidos na hora.
Como deixei escrito nas orelhas do livro: a convivência durante esses meses na turma do Mato Sampaio foi uma grande experiência literária, acompanhado a produção e o crescimento poético de cada aluno, as conversas, as trocas de textos, tudo isso contribuiu para a solidez do grupo ao longo da oficina.








A outra oficina, ministrada para as crianças, também foi apresentada. As crianças NaieleItielaMiriamLilianRafaela e Ângela, levantaram cartazes com palavras, correspondendo aos cartazes com palavras que eu mesmo apresentava. Depois, os cartazes viraram uma chuva de letras pelo ar.

Duas oficinas, para diferentes faixa-etárias, surpresas poéticas em cada uma delas. No Mato Sampaio, os adultos conquistando sua própria dicção poética, e as crianças, descobrindo o gosto de brincar com letras e palavras ao mesmo tempo em que reconhecem os seus significados.



quarta-feira, novembro 11, 2009

SARAU BEAT NA FEIRA


No dia 09 de novembro de 2009, na Feira do Livro de Porto Alegre, aconteceu o sarau Os Beats Batem Lata, na Tenda da Pasárgada. Diego Petrarca, Andréia Laimer, Cris Cubas e Lorenzo Ribas, lerem autores da literatura beat norte americana aproximando-os de algumas temáticas comuns a autores latinos. Ginsberg, Galeano, Kerouac, PivaAgrippino de Paula, Leminski, Wally Salomão e Ferlinghetti, foram alguns dos literatos lidos na noite de segunda-feira. O sarau, entre leituras e comentários, durou pouco mais de uma hora e recebeu um bom público para a proposta do evento.






Talvez essa costura Beat com autores latinos soe estranha a princípio, porém, eu próprio, assim como os colegas de sarau, reconhecemos coincidências nessas aproximações: a postura beat é comum a recusa latina a uma certa ordem norte americana. Por aí foi nosso fio. E do mesmo modo que Galeano soe demasiadamente político num sarau literário, o comportamento de autores  beats também americanos aponta uma concepção estética mais do que política. Como se uma certa tendência a esquerda encontrasse dicção a um olhar marginal, produzindo um resultado onde importa mais a linguagem do que o discurso politiqueiro. A ideia da recusa existe tanto na poesia beat como nas ideologias da esquerda latina. O sarau foi apresentado dessa forma. Por fim, palma e plumas de uma platéia atenta e ao mesmo tempo sedenta por mais leveza.






segunda-feira, novembro 09, 2009

NO BUS


A Coordenação do Livro da Prefeitura de Porto Alegre divulgou os autores que estarão na edição de 2009 dos Poemas no ÔnibusDiego Petrarca está entre eles. Em 2010, os poemas passam a circular. Em 2008 o poema Mais que a sede também circulou entre os coletivos da cidade.

Além do cartaz no ônibus, é também lançada uma antologia com os poemas escolhidos.




quarta-feira, novembro 04, 2009

CIDADE CINEMA: POEMA


A contracapa do Segundo Caderno do jornal Zero Hora dessa quarta-feira, 04 de novembro, divulgou o projeto Cidade Poema no cinema. Ao longo desse mês, esses autores estarão em minimetragens declamando textos antes da exibição do filme. Diego Petrarca lê um seu e outro do poeta Carlos Vogt.


sexta-feira, outubro 30, 2009

POEMAS NO ELEVADOR


Esses poemas estão nos elevadores do Shopping Total de Porto Alegre desde o dia 29 de outubro. Integram o projeto Cidade Poema. No início do ano alguns poemas (como este de baixo) circularam nos ônibus da cidade, na parte externa, onde vão as propagandas. Esses poemas já foram postados aqui no blog com a arte que foi para o ônibus.
 Agora eles estão impressos em outros suportes visuais, para além das páginas dos livros, como é a intenção do projeto encabeçado por Laís Chaffe. Além de elevadores, os poemas estão também nos espelhos dos banheiros (femininos) do shopping. 
O projeto Cidade Poema (http://www.cidadepoema.com/) também irá veicular nos cinemas do mesmo Shopping Total, durante um mês, pequenos vídeos exibidos como as vinhetas antes do filme iniciar, onde os autores desses poemas impressos aqui dizem seus textos na tela. Confiram então os poemas no elevador e  nos cinemas.
Os adesivos também estarão disponíveis na exposição dentro da.Casa do Pensamento, no cais do porto, durante a programação na Feira do Livro 




quinta-feira, outubro 22, 2009

AGORA É QUE SÃO ELAS - 25 ANOS

O livro Agora é que são elas, lançado em 1984, por Paulo Leminski, está completando 25 anos. Aqui vai uma mínima mostra do que é essa maravilha criativa em termos de linguagem e des-estrutura na concepção de um romance. Abaixo, a  capa e um trecho do livro.


— A glória é o aplauso dos pais, disse Propp, me dando um tapinha na bunda, e me impelindo para o salão, onde entrei sob cataratas de palmas, que agradeci comovido, até descobrir. Eram para Norma, que descia as escadas, lá vai ela deliciar os presentes com tudo o que cantava.

— Enfim, alguma coisa acontece nesta festa, ouvi uma senhora dizer ao meu lado, perua esticando o pescoço para a banda do vento donde vinha carne fresca.

Nesse momento, o cheiro de coisa queimada, e senti como é duro o caminho até lá, até a sabedoria, se é que essa porra existe.


[parte 4, capítulo 15 Agora é que são elas]

LEMINSKEROUAC




vida e morte
amor e dúvida
dor e sorte

quem for louco
que volte

p.leminski

Dois poetas esse ano são lembrados por suas partidas: Paulo Leminski e Jack Kerouac. Leminski em 1989 e Kerouac em 1969. 20 e 40 anos eternizam esses dois poetas nesse 2009. A propósito, no Itaú Cultural, em Sampa, está ocorrendo uma mostra sobre Leminski, o link abaixo dá uma provinha:


Lembrar da ida desses dois autores, dois poetas tão ligados a seu tempo e responsáveis por caminhos que a poesia de hoje persegue, e lembrar também da obra e importância dessas mentes geniais, fundamentais para uma formação/informação poética contemporânea.


COMPORTAMENTO


O poema Comportamento saiu na ZH  dessa quinta-feira, 22 de outubro.  O texto integra a série que está compondo o volume Vinte 9. Abaixo, devidamente agrupados, três poemas que compõe Vinte 9 já publicados. Uma mostra singela do que está previsto nos poemas novos, inéditos e outros nem tanto.


quarta-feira, outubro 07, 2009

CIDADES NO LABIRINTO


Esse poema saiu na última edição da revista  eletrônica Labirinto Literário. Integra a série sobre cidades. Em junho outro poema da mesma série já havia saído na mesma revista. Confiram o blog do Labirinto:

sábado, outubro 03, 2009

SHOW DE ARNALDO ANTUNES



No dia 01 de outubro de 2009, Porto Alegre recebeu o show de lançamento do disco novo do poeta Arnaldo Antunes no bar Opinião. Marcado para as 23:00, o espetáculo só começou por volta da meianoite. Basicamente, o show apresentava as canções de Iê iê iê, lançado agora em setembro. Arnaldo estava de terno, assim como o resto da banda, e de óculos escuros, um figurino provocando aquilo que se chamaria convencionalmente de Iê iê iê. Ao fundo, inúmeras camisetas estampadas mostravam a variedade de slogans que a cultura pop oferece: de Che Guevara a PUCRS.
Dois momentos lindos do show: No primeiro bis, quando o poeta relembrou a canção Socorro, gravada antes por Cássia Eller e regravada por Arnaldo no disco UmSom, de 1998. Ao todo foram registrados 3 voltas ao palco, o que significa que a plateia estava empolgada e Arnaldo bem a fim de prosseguir. Outro momento foi a descida de Arnaldo junto a plateia, cantando e pulando junto com as pessoas. O show do Opinião em Porto Alegre foi um dos primeiros da turnê do disco novo, o suficiente para garantir o feeling da recepção público/novas canções. Talvez alguma música mais antiga, alguma dos Titãs feitas por Arnaldo, pudessem dar ainda mais uma vibração ao show. Mas estava tudo lindo e saltitante. A intenção de Arnaldo era resgatar a expressão Iê iê iê como marca de um início do que veio a se chamar Rock aqui no Brasil, um tipo de retorno a Jovem Guarda e também ao que os Titãs tentavam fazer no iníco de carreira: música para balançar ouvidos, letras espertas e sem sofisticação poética exagerada, apenas pequenos achados iluminados.

Antes do show, assisti a passagem de som e troquei um papo com Arnaldo sobre poesia e seus novos projetos na área, além de um registro inédito de um dos seus poemas do livro Nada de Dna, incluído na antologia Como é que chama o nome disso, de 2006. Arnaldo adiantou que em breve lançará um novo livro. Em sua performance no Santader Cultural aqui de Porto Alegre, já havia marcado esse papo com ele de antemão.

Abaixo uma das novas letras de Iê iê iê, depois um video registrado por Andréia Laimer, que estava comigo,  da canção Socorro, no exato momento do show.

A Casa é Sua

Não me falta cadeira
Não me falta sofá
Só falta você sentada na sala
Só falta você estar

Não me falta parede
E nela uma porta pra você entrar
Não me falta tapete
Só falta o seu pé descalço pra pisar

Não me falta cama
Só falta você deitar
Não me falta o sol da manhã
Só falta você acordar

Pras janelas se abrirem pra mim
E o vento brincar no quintal
Embalando as flores do jardim
Balançando as cores no varal

A casa é sua
Por que não chega logo?
Até o teto tá de ponta-cabeça
Porque você demora

A casa é sua
Por que não chega logo?
Nem o prego aguenta mais
O peso desse relógio

Não me falta banheiro, quarto
Abajur, sala de jantar
Não me falta cozinha
Só falta a campainha tocar

Não me falta cachorro
Uivando só porque você não está
Parece até que está pedindo socorro
Como tudo aqui nesse lugar

Não me falta casa
Só falta ela ser um lar
Não me falta o tempo que passa
Só não dá mais para tanto esperar

Para os pássaros voltarem a cantar
E a nuvem desenhar um coração flechado
Para o chão voltar a se deitar
E a chuva batucar no telhado

A casa é sua
Por que não chega logo?
Até o teto tá de ponta-cabeça
Porque você demora

A casa é sua
Por que não chega logo?
Nem o prego aguenta mais
O peso desse relógio



segunda-feira, setembro 14, 2009

CAJUÍNA DE TORQUATO

Caetano Veloso fala de Torquato Neto, ao explicar a elaboração de Cajuína, canção que está no disco Cinema Transcendental, de 1979. Este vídeo é do Programa Livre, ainda no SBT, de 1999. Torquato foi um dos pricincipais articuladores e poetas do Tropicalismo e pós-tropicalismo também. Certamente, uma das referências  mais reluzentes da poesia contemporânea brasileira a partir dos anos 70.

Evoé Torquatália!


terça-feira, setembro 08, 2009

DÉIA





27 de março, o nosso abraço. início de abril. depois, o avião que partiu. o resto de abril, maio. fim de maio em sampa e junho inteiro. julho eu já estava mais pra lá, mais pra cá só comigo. veio agosto, uns setembros a mais. um ano inteiro de agora condensando semanas. semanas como anos a mais. quem ia imaginar?
talvez eu tenha soprado esse desejo aos anjos. minhas asas voam mas as fibras são tensas. sempre tensas. quando o corpo sente que o outro falta é quando o corpo significa. signos de elementos água e fogo. é bem provável: fogo ascendente em água. tão perto e longe. a voz, o canto, a fala, a conversa, o toque de mãos. a conversa extensa tensionando línguas. o medo o receio. insistência. invasão. não confundir com desrespeito. em nome do respeito alguns desastres. venha dormir em casa. desastrado pela pressa de não perder mais uma vez. tão perto e longe. talvez eu não devesse. talvez eu só quisesse. o certo é que não quero não devo não posso perder tempo. o tempo é mais alto quando repartido em sóis, em fins de tarde. em ervas de água quente. em ervas de tragar. devolver a boca em beijo. há uma beleza nisso. saber chorar a dois. deixar-se chorar como parte do diálogo. tantas coisas ao mesmo tempo. não cabe apenas o deslumbramento. bandeira: alumbramento. as letras. bom é ficarmos sós sem estarmos sós. tantas palavras. a palavra como início sem deixar escrita a palavra fim. a palavra sins. a sua coisa é toda tão certa. falar de déia na terceira pessoa. as rosas recolhidas rua afora. o ano de 2008. as pitangas tem perfume. somente a água não deixa a sede sem resposta. ela me disse. dona do seu sistema. eu sei - é tudo sem sentido. quero sempre essa força que vem antes de me conhecer. estar contigo é o bastante. a música toma o lugar da parede. nosso espaço para mais abraço. sensível tanto ou mais que eu mesmo em mim. tua palavra escrita me reescreve. o que é um beijo se eu posso ter o teu olhar. letras impressas no telefone. erva cidreira e mate de manhã. o café da manhã é extensão do amor feito de noite. café mascavo. café entre nossas vírgulas nas dobras das conversas, longas e longes. café para colar lábios e dentes. gotas de saliva miradas no rosto. não só poema: poesia. não apenas poesia: poética. frutas e as cores da salada. ambrosia em comum. leveza e ansiedade. eu quero muito mais. deixar-me estourar espinhas, deixar-me mastigar devagar. carinho lento demorando. eu quero ainda mais. agora sei: estamos fundos. juntos. bejios e cheiros e lindos momentos. como já dizia djavan. o meu melhor amigo é a minha namorada. culinária literária. linguagem em nossos quatro cantos. e os pés, sempre os pés mais perto, para sonos e abraços, como início de maiores delícias. nhé! teus pés inauguram tua beleza. se me deixo pisar é porque também sei fugir. nunca me deixo. as canções de minas. mais ainda porto alegre aos domingos de sol na cara: o sol na cabeça. as letras das canções. um dia desses eu me caso com você. o texto manuscrito no papel. o rabisco como marca. os desenhos. rasuras de dentro expulsas a limpo. quem modelou teu rosto? deixar a desordem certa de tuas coisas arrumadas pela ordem errada da minha organização. minhas unhas escrevem nas tuas costas: coca. e se você viesse antes, dentro de um dos três tempos. quando eu calo eu te pressinto. a parte mais carícia do carinho.quando te vejo dormir.eu sou um homem comum. essa foto quando pequena. criança que as vezes reconheço num jeito de olhar, num sorriso recuperado dessa época. sigamos juntos. beleza? branca e rosa. esse texto é só pra dizer. e diz. que nunca nos disperdicemos. a mais bonita. eu espalho o meu rosto no teu jeito de me olhar. amar esse amor com essa tal urgência. eu nunca te disse, mas agora saiba. tudo de ti é tão de dentro. noel em nós. o mar. a praia. o texto dobrado dentro da garrafa. pêlos desse peito como travesseiro. ana c. em nós. quando você diz. mogi, contigo eu moro em mim. eu admito com mais sins. ninguém pode silenciar o vento.

déia, daqui de dentro.

MAGAZINE BRASIL


O poema Vinte 9 saiu no site http://www.3ammagazine.com/brasil/ nessa terça-feira, através da editora e autora Jana Lauxen. O site também tem uma versão em língua inglesa. Confiram esse e outros trabalhos nesse site literário, além de poesia, prosa, entrevista e afins.

quinta-feira, agosto 27, 2009

GINSBERG NA VOZ DE RAMIL



Vachel, as estrelas se apagaram 
a escuridão caiu na estrada do Colorado 
um automóvel arrasta-se lento na planície 
pelo rádio ressoa o clangor do jazz na penumbra 
o inconsolável caixeiro viajante acende um cigarro 
Há vinte e sete anos em outra cidade 
eu vejo sua sombra na parede 
você de suspensórios sentado na cama 
a mão de sombra encosta uma pistola na sua cabeça 
seu vulto cai no assoalho. 



Musicado por Vitor Ramil no dico Tambong, de 1997.

terça-feira, agosto 11, 2009

VINTE 9


O poema Vinte 9 saiu em ZH desta terça-feira, 11 de agosto. O texto é parte de um conjunto inédito de poemas que estou preparando, cujo nome é exatamente esse: Vinte 9. O título, parte numeral parte verbo, pode ser esclarecido com uma dica: nasci em 1980 e estamos em 2009. Porém, com certeza o poema vai além disso.



segunda-feira, agosto 10, 2009

ENGENHOCA VERBAL





Esse poema, do poeta inglês W. H. Auden, são as questões cruciais da criação poética (e até mesmo, quem sabe, por que não, de toda poesia?). Isso que ele chama de "engenhoca verbal", é simplesmente o único recurso-ferramenta que os escribas tem para tais perguntas: a linguaviagem, para lembrar Haroldo.


Aqui está uma engenhoca verbal. Como funciona?
Quem habita esse poema?
Qual o seu ideal de vida e de lugar?
Com quem pensa falar?
O que esconde do leitor?
O que esconde de si mesmo?
Que lição quer me passar?

A Mão do Artista, W. H. Auden

quinta-feira, agosto 06, 2009

ORIGINAL DE GINSBERG





Manuscrito de Allan Ginsberg, mais que um poema: uma peça rara de literatura pós-beat. Eis a tradução:

Linhas para a orelha de Creeley's

O peso
de tudo
é demais

meu coração
subterrâneo
martelando
sorrateiramente

dor de cabeça
por fumar
o momento

ler
a vsita de cima
de Karnapp Buddha
esta noite

tradução: Andréia Laimer

quarta-feira, julho 29, 2009

UM DE GULLAR





Aprendizado


Do mesmo modo que te abriste à alegria
abre-te agora ao sofrimento
que é fruto dela
e seu avesso ardente.

Do mesmo modo
que da alegria foste
ao fundo
e te perdeste nela
e te achaste
nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão

que a vida só consome
o que a alimenta.



De Barulhos (1980-1987)

SEGUNDA E TERÇA



Nessa segunda, 27 de julho, fui com minha amiga e colega literária, Gabriela Farias, falar sobre a 39 Antologia da Oficina Literária da PUCRS, a ser lançada agora no sábado, 01 de agosto, no programa de rádio Gaúcha Entrevista . A convite de Gabriela, falei sobre ter sido um aluno da oficina e a importância dela como um certo rito de passagem para a atividade literária criativa. Demos o recado.


E nessa terça, dia 28 de julho, Fernando Ramos, do jornal Vaia, organizou uma leitura paralela aos eventos (oficinas, palestras)do Festival de inverno da Secretaria Municipal de Cultura. A leitura era com textos de Cortázar e Edgar Alan Poe. Eu estava na lista dos leitores, mas por motivos de força maior não pude comparecer, pior pra mim. Mas os colegas deram o recado, fazendo minha ausência praticamente desapercebida.


terça-feira, julho 21, 2009

BREVÍSSIMOS - Nº2



 


Eu já havia postado um texto comentando sobre a forma breve que estão na composição de alguns poemas. No texto mencionava que, no Brasil, o haicai, foi muito produzido por dois autores: Paulo Leminski e Alice Ruiz. Pode-se dizer que esses dois contribuíram muito para a divulgação do gênero no país, embora muitos outros autores tenham praticado haicais, inclusive rompendo com a forma tradicional das sílabas e da temática da natureza. Mas existem outras formas breves que não tem o propósito de inaugurar um novo gênero ou forma de poesia. Simplesmente são breves, tendem a condensação dos sentidos,da síntese e na rapidez da leitura. O próprio poema já é uma forma breve se comparado a prosa, mas ainda é possível reduzir o poema a poucos versos sem perder a capacidade de abstração ou profundidade.


O haicai é a forma mais conhecida de poema breve, mas ainda existe o epigrama, por exemplo, uma frase, um verso, expressando um sentido que vai longe. Os poemas postados aqui são de Alice Ruiz e Paulo Leminski. Esses com letras coloridas pertencem a um livro chamado Hai Tropikais, publicado em 1985 em formato livro-cartão, o volume reunia haicais de Alice e Leminski.













Os outros poemas são retirados de livros de Alice Ruiz para exemplificar a forma breve sem necessariamente ser o clássico haicai. O poema breve é uma prática da poesia moderna, pode-se dizer, já era praticado nos anos 20 por Oswald de Andrade e não tinha como modelo o haicai japonês, a possibilidade de se criar uma forma breve sem ser um haicai tradicional, é como esse exemplo:


AMOR
HUMOR


Esse poema de Oswald é a máxima enxutez de um poema, ao menos no período em que foi criado. Na prática poética contemporânea muitos foram os autores que desenvolveram a forma breve: poemas de uma linha, de uma palavra, de dois, três versos. Nesse sentido a forma breve é cabível em inúmeros formatos, podendo o autor inventar o seu e estabelecer um critério seu. Além do mais, a forma breve chama a atenção por aglutinar som sentido e reflexão a partir de poucas letras, como pequenas pérolas, pontos iluminados na página.
Sejamos breves
e não menos profundos.









segunda-feira, julho 20, 2009

POEMA NO VAIA


O poema Reticentes (em parceria com a poeta Andréia Laimer) saiu na última edição do jornal Vaia, confiram: A partir da idéia de concentrar o poema em pequenas peças, brevíssimos profundos. Formas breves tem extensa dicção.

quarta-feira, julho 08, 2009

CENAS DE ABRIL AUTOGRAFADO


Eis que me deparo, pesquisando livros raros na estante virtual (aliás, belo site para aquisição de raridades: http://www.estantevirtual.com.br)com a primeira edição do livro de Ana Cristina Cesar, Cenas de Abril, lançado em 1979 em edição independente e incluído alguns anos depois em A teus pés. A edição está a venda por nada menos que 850$ reais, mas além de ser uma primeira edição rara, o volume traz um autógrafo da autora, ou seja, existe ali a marca viva de Ana C. iluminando a tal edição. Delícia de se ler e ver e, sobretudo, ter.

Para quem quiser é só conferir no site da estante virtual. Eu fiquei surpreso e muito entusiasmado.


sábado, junho 27, 2009

SHOW DE CAETANO





Na última quinta-feira, 25 de junho, Caetano Veloso apresentou em Porto Alegre o show Ziie e Zie, numa única apresentação no teatro do Sesi. Fui acompanhado de Andréia Laimer (ao lado comigo e Caetano na foto abaixo), depois fomos dar uns beijos e abraços em Caetano no camarim.

O show foi basicamente o repertório do novo disco lançado em abril. Das antigas, Caetano relembrou as pérolas tropicalistas: A voz do morto Não identificado (momento em que algumas lágrimas me caíram). Eu sou neguinha Trem das cores estavam na lista de canções e foram momentos altos do show.



 No camarim, antes de encontrar Caetano, falamos com o baterista da banda, Ricardo Dias Gomes, que nos contou um pouco da turnê que vai seguir algumas cidades brasileiras.

No bis, Força estranha (mais lágrimas em mim). No meio do show Caetano não poderia de mencionar a partida de Michael Jackson, poucas horas antes de show o mundo ficou sabendo dessa e Caetano, em momento voz e violão, logo após cantar Aquele frevo axé, composta originalmente para Gal Costa, dedilhou algumas palavras da canção Bilie Jean, em referência ao astro pop, que ele gravou em 1986.
Como sempre, um show de Caetano são momentos de catarse pura e alegre: sobretudo na companhia de pessoas amadas. Bom poder contar com umas palavras e uns abraços depois de um ídolo que irá perdurar em mim por zil anos. Desde a minha formação até o fim de minhas coisas no mundo, muito inclui Caetano. Sem exageros.

A canção Lapa, do disco novo, que já era uma bela gravação no cd, ganhou força ao vivo a meus olhos e ouvidos.

Um show que se ouve com o coração e se lê com os ouvidos.

















sábado, junho 13, 2009

ANTOLOGIA O MELHOR DA FESTA




Antologia O Melhor da Festa, lançada durante a segunda edição do FestiPoa, abril de 2009, reúne a produção literária desse evento que já está sendo um marco da vida cultural da cidade de Porto Alegre, em nome da literatura. O responsável, Fernando Ramos, lançou os frutos disso já em 2008, no mês de março, e com certeza essa movimentação irá perdurar anualmente no calendário literário da nossa cidade. As atividades foram postadas aqui, em 15 de abril. Poetas, escritores, artistas plásticos, agitaram o evento durante 3 dias. A antologia registra a produção de alguns autores que estavam no evento.

Diego Petrarca está na página 25, com um poema da série Cidade Cidades.

sábado, maio 30, 2009

ESPAÇOS

O poema Educação para os Espaços foi republicado no dia 30 de maio em ZH. Confiram as duas versões lado a lado.


quarta-feira, abril 22, 2009

CIDADE POEMA






Cidade Poema é um projeto realizado pela Atena Produções, concebido por Laís Chaffe, ao longo dos próximos dez meses, serão cem outdoors e cem busdoors com poemas pela cidade. Adesivos em livrarias e vitrines, versos em bolachas de cerveja e uma série de mini-metragens poéticos são outras iniciativas já confirmadas para 2009. Berenice Sica Lamas, Diego Petrarca, Edson Cruz, Fabrício Carpinejar, Jaime Vaz Brasil, Laís Chaffe, Lau Siqueira, Ricardo Silvestrin e Susana Vernieri estão nos busdoors desta primeira etapa do Cidade Poema.

Acima os 2 poemas de Diego Petrarca que integram o projeto.

O lançamento oficial ocorre durante a FestiPoa Literária (22 a 25 de abril) – um dos vários parceiros do projeto idealizado por Laís Chaffe, jornalista à frente da Atena. A partir da quinta-feira, 23 de abril, quem for tomar uma cerveja n`A Toca da Coruja, onde estão previstas outras atividades da FestiPoa, poderá conferir bolachas com poemas de quatro autores e ilustrações de Augusto Franke Bier.

"O porto-alegrense que sair às ruas a partir de hoje (16 de abril) vai encontrar uma cidade um pouco mais poética: na noite de quarta-feira, começaram a ser colocados os primeiros de um total de 25 outdoors com um poema de Celso Gutfreind e uma ilustração de Guilherme Moojen. A iniciativa faz parte do projeto Cidade Poema, a ser lançado oficialmente na próxima semana, quando outros 15 poemas de nove autores, acompanhados por fotografias de Fernanda Bigio Davoglio, passam a circular em 30 busdoors (adesivos na parte de trás de ônibus). O objetivo é trazer a poesia para a vida cotidiana do porto-alegrense, inclusive do público menos familiarizado com a fruição e criação poética".

segunda-feira, abril 20, 2009

ZII E ZIE




Caetano Veloso lança novo disco. Das 13 canções, 11 inéditas. O último disco de 2006 , de certa forma, conduziu a produção deste último, que leva nome italiano numa tentativa de Caetano mencionar São Paulo, uma vez que as letras de Zii e Zie descrevem paisagens cariocas. Ou apenas uma desculpa pro título soar com a devida estranheza que o novo disco sugere. Com certeza o novo disco está mais experimental, Caetano quis introduzir ao samba levadas de rock, como se em vez de cavaquinho fossem as guitarras que dessem a régua e o compasso para o desenho das canções. Não é um disco que cativa na primeira audição, ruídos de guitarra, letras de uma poesia que exige uma releitura fora da canção, alguma faixas Caetano muda a voz, talvez com a intenção de intensificar a estranheza sugerida no disco.

Ao longo de 2008, Caetano fez as canções desse novo disco, aprsentando no show Obra em Progresso ao mesmo tempo em que mantinha um blog explicando o processo de composição do disco lançado este ano, mais armado ao longo do ano passado. As canções eram postadas em videos no blog, o que dava uma ideia de como o disco seria. A capa remete a um disco de rock dos anos setenta, algo obscuro que esconde nas cores neutras uma paisagem bonita.

Algumas canções se destacam, soam inclusive simpáticas no meio de tanta estranheza sonora: Sem cais, Falso Leblon (cantada sem esforço porém com resultado lindo) e Diferentemente (já cantada em shows do NortNoites do Norte, de 2001) são as melhores do disco. As facilidades pop como Tarado Ni Você e A Cor Amarela, mais fortes no som que em letra, sugere a intenção Samba di disco. A faixa de abertura, Perdeu, é a mais ousada em termos de construção, uma letra quebradiça com rock derramado nas guitarras, a peça mais exigente em tremos de audição/recepção e, não por acaso, é a faixa que apresenta o disco.

As regravações ressaltam o conceito Samda do disco, dois sambas característicos impressos em forma pop/rock, as releituras ideias de caetano para essa mescla Samba Rock. A única peça em que o cantor toca a política é A Base de Guantánamo, que é basicamente uma frase repetida com vocal sombrio.

Lobão Tem Razão e Por Quem (Caetano com agudo uivando a faixa mais lírica do disco), são canções que mostram uma nova fase na poesia de Veloso. Lapa e Menina da Ria, exemplificam a paisagem do Rio de Janeiro sem deslumbramentos que permeiam o disco.

Caetano Veloso, ao longo de seus 65 anos, e mais de quarenta de carreira, pode lançar o que quiser e como quiser, acredito que ele deva ter essa consciência, e é prazeroso ver essa liberdade num disco que não tem comprometimentos de mercado nem de modismos nem ondas do momento, é o que deu vontade de fazer concebido da forma que lhe foi a mais propícia. Essa atitude é coerente com a trajetória artística de Caetano, a estranheza que convence e cativa a medida que se vai lendoouvindo.

quarta-feira, abril 15, 2009

FSTIPOA LITERÁRIA





Abaixo a programação completa do Segundo Festipoa Literária. Diego Petrarca estará num debate sobre o filme Pan-Cinema Permanente e, que retrata a trajetória do poeta Wally Salomão, também numa mostra sobre poesia visual,junto com Jorge Bucksdricker, além de umas leituras, junto com Lorenzo Ribas e o Grupo Trilho.

A Antologia poética, O melhor da Festa, vai sair também durante a programação do evento e Diego Petrarca colabora com um poema da série Cidade Cidades Programação

DIA 22/04- QUARTA-FEIRA (ABERTURA)

LETRAS & CIA

17h30 LUIS FERNANDO VERISSIMO (escritor homenageado) conversa com REGINALDO PUJOL FILHO, LEONARDO MARONA e FABRÍCIO CARPINEJAR sobre humor, poesia e crônica

19h SESSÃO DE AUTÓGRAFOS – Lançamento da antologia, “O melhor da festa”, com os autores que participam da antologia


IN SANO PUB

19h30 Verbalada Portátil vol. 3 e Cabaré do Verbo Pocket (Adriano Pessoa, Projeto Floco, Núbia Quintana, Sandro Marques e Telma Scherer)

Shows com as bandas 2x4 e Sexteto Blazz

22h Convidados da FestiPoa e do Cabaré do Verbo Pocket participam da “Maratona Literária” (Centro Municipal de Cultura)*


DIA 23 – QUINTA-FEIRA

PALAVRARIA

16h “O fim do livro?” MARCELO SPALDING conversa com CÁSSIO PANTALEONI, RUBEM PENZ e PAULO TEDESCO

17h30 “Muito prazer: Proesia” LAÍS CHAFFE, RODRIGO ROSP, TELMA SCHERER e RAFAEL JACÓBSEN conversam sobre poesia e prosa erótica

19h “Construção das Canções (Letra & Música)” CLAUDIO LEVITAN conversa com NELSON COELHO DE CASTRO e ARTHUR DE FARIA


A TOCA DA CORUJA

19h Lançamento de “Minicontos e muito menos” (de Laís Chaffe e Marcelo Spalding, ed. Casa Verde, 2009) e exposição de ilustrações criadas para o livro por Alexandre Oliveira, Bier e Guilherme Moojen

DIA 24 – SEXTA-FEIRA

LETRAS & CIA

16h “O prazer do poema” ANA MARIANO, SIDNEI SCHNEIDER, MARIA REZENDE e LUIS PIMENTEL falam sobre poesia e o prazer da escrita e da leitura de poesia

Após, lançamento dos livros “O grande homem mais ou menos” (Luis Pimentel) e “Bendita Palavra” (Maria Rezende), “Pequenas biografias não autorizadas” (Leonardo Marona) e “Ensaios radioativos” (Márcio-André)


ESPAÇO CULTURAL CASA DOS BANCÁRIOS (Auditórios 2 e 3)

Das 13 às 18h - Mostra de Poesia visual

17h “Poesia visual contemporânea: dilemas e delitos” debate com os poetas JORGE BUCKSDRICKER e DIEGO PETRARCA


CINEBANCÁRIOS

18h30 “A poesia de WALY SALOMÃO” Bate-papo e leituras de poemas de WALY SALOMÃO, com DIEGO PETRARCA, RICARDO SILVESTRIN e JOSÉ ANTONIO SILVA

Após, exibição de “Pan-Cinema Permanente” (documentário sobre Waly Salomão)

LETRAS & CIA

18h30 “Desamparos sociais e individuais e a importância da literatura na sociedade contemporânea” ALTAIR MARTINS, ÍTALO OGLIARI, LUIS AUGUSTO FISCHER, MÁRCIA IVANA LIMA E SILVA e LEANDRO DÓRO (mediação)

19h30 “Conto – a arte da brevessência” OLAVO AMARAL, MONIQUE REVILLION, JOSÉ ANTONIO SILVA e CAROL TEIXEIRA (mediação)

SINTRAJUFE

20h Verbalada Portátil Vol.4 (Maria Rezende, Ítalo Ogliari, Sandro Dornelles, Sidnei Schneider e Leandro Dóro), Cabaré do Verbo Pocket (Grupo Trilho, Diego Petrarca e Lorenzo Ribas) e show com a banda os PoETs.

DIA 25 – SÁBADO

LETRAS & CIA

10h “A poesia da canção: poema e letra de música infanto-juvenis” - Debate com GLÁUCIA DE SOUZA, JORGE HERRMANN, CLAUDIO LEVITAN e CAIO RITER (mediador)


INSTITUTO CULTURAL BRASILEIRO NORTE-AMERICANO (MAP CAFÉ)

14h30 “Poesia na escola” debate com LUIS PIMENTEL, MÁRCIO-ANDRÉ e LUIZ HORÁCIO.

15h30 Espetáculo de poesia com o Grupo Rumor (coordenação: TELMA SCHERER)

PALAVRARIA

19h “Contestado – o poder da fé” - debate com WALMOR SANTOS, VOLNYR SANTOS e CARLOS ANDRÉ MOREIRA


OCIDENTE - OX

18h FESTA DE ENCERRAMENTO (FESTIPOA LITERÁRIA + CORREDOR CULTURAL)

domingo, fevereiro 08, 2009

PASTA ROSA





Eis que chega às livrarias do Brasil o livro Antigos e Soltos, a chamada Pasta Rosa de Ana Cristina Cesar. Trata-se daquilo que a poeta carioca deixou de publicar em livro, suas sobras de gaveta.

Além disso o material é um super documento do modo de produção de Ana C., fragmentada, rabiscada, reescrita, manuscrita. Interessante é que o projeto gráfico respeita os originais datilografados e escritos a mão pelo fato de estarem facsimilados com uma nitidez incrível. Vejo o livro como um grande álbum, um livro de arte literária, da genética de um texto, de um poema, no ato primeiro de sua criação.

A força expressiva está no reconhecimento da matriz do texto, o gesto quase físico de escrever na máquina, de escrever a mão. O texto final aparece ao lado, para o leitor poder sentir a peça literária ali presente, mas mais do que isso é a sensação de ver o texto-poema concebido quase cruamente aos olhos do leitor. O que estava no fundo da gaveta inacabado, disforme, desmontado, agora é peça estética.

Ana Cristina Cesar reaparece com esse peso escrito manuscrito, nos devolvendo a sua grande força poética que reconhecemos em seus livros. Muitos inéditos, muitos poemas possíveis, que se encerram no seu processo criativo.

A Pasta Rosa é o dossiê Ana C.
Em gesto
em cheiro
em escritura
em rabisco:

em poesia

MESTRADO

No dia 22 de janeiro de 2009, as 18:30, numa quinta-feira (nasci também nesse dia da semana)defendi minha tese de Mestrado na PUCRS. Estava um dia lindo. O título da dissertação era A Escrita da Cidade na Poesia Moderna. O trabalho foi dividido em parte teórica e parte criativa, onde estava inserido o meu livro de poemas Cidade Cidades. O eixo em que estou inserido permitia que, no corpo da dissertação, estivesse incluído um texto literário. A defesa durou cerca de 2 horas. Estavam presentes, além de pessoas da minha família, alguns amigos e colegas: talvez umas 15 pessoas, um pouco mais, um pouco menos. Evidentemente que nos primeiros minutos de apresentação fiquei meio tenso, mas logo passou, depois de alguns longos goles de água. No decorrer da apresentação expliquei meu processo de montar o texto, os capítulos, os livros utilizados, a teoria aplicada.

Do mesmo modo, falei sobre a ideia do livro que preparei especialmente para compor a dissertação. A banca foi composta por Ana Mello (minha orientadora), Antonio Sanseverino (que convidei para a mesa) e Luiz Antonio de Assis Brasil (responsável pela inserção do eixo escrita criativa no mestrado). Alguns reparos foram feitos a respeito do texto, não foram poucos. Alguns aceitos sem a chance de qualquer questionamento, outros até contornáveis. Mas a banca concentrou mais os comentários na parte teórica que na parte criativa, o que, penso eu, estava mais "acabada" do que a parte teórica. Gostei dos acertos da obra, reconheci os erros do texto teórico, alguns inclusive primários, gravemente primários. No entanto, a forma que os componentes da banca usaram para argumentar essas coisas me foi uma gentileza sem igual. Tanto Sanseverino quanto Assis Brasil, apontaram todos os absurdos que cometi na parte teórica com a máxima generosidade. Repito sempre: essa banca não poderia ser melhor.No mais, sai de lá Mestre em Literatura defendendo uma obra poética. De março de 2007 a dezembro de 2008, uma fase importante e feliz da minha vida e formação. Sai de lá alegre, embora os meus professores-exemplos talvez ficassem insatisfeitos (minha impressão) com alguma coisa do meu trabalho. Devem ter razão, ao menos em parte.



















Dia 22 de janeiro de 2009, dia pra ser marcado no calendário. Agradeço e agradeço. Poesia pra ser defendida e escrita como tese de mestrado. Evoé aos mestres! E, sobretudo, aos aprendizes.

Depois, na minha casa, alguns grandes amigos presentes na defesa foram comigo brindar o dia. Não poderia faltar champagne, muitas conversas, leitura de poemas e uns discursos emocionados. Além do pessoal da minha família estavam presentes Gabriela Cavalheiro, Marcelo Noah, Adriano Migliavaccia, Diego Nunes, Andréia Laimer (que me presenteou com a Pasta Rosa de Ana C., maravilha desse meu amor, desses meus amores poéticos),estavam todos alegres e jovens. Assim como eu. Claro que faltaram alguns amigos fundamentais na minha formação e vivência literária: Lorenzo Ribas (que estava viajando) e Telma Scherer(de férias na praia). Carla Laidens, por estar em Londres, também não compareceu, mas com certeza sua presença me foi nítida a todo momento durante a festinha no apartamento da avenida Ganzo. Eis aqui alguns registros do dia.

Que 2009 seja ainda mais belo!