Essas duas fotos, tiradas recentemente por Mariah, que frequenta as aulas da oficina ministrada por Diego Petrarca no Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo, mostra os alunos (também reconhecidos como prosadores, poetas, escribas criativos) realizando a técnica que William Burroughs trouxe da pintura para o texto, do desenho para a linguagem, o procedimento criativo nomeado cut-up.
Trata-se de unir palavras recortadas aleatoriamente, buscando sentidos inusitados, aproxiamções exóticas, no objetivo de gerar novos efeitos poéticos, como se a combinação de vocábulos pudessem criar metáforas relevantes. A autoria existe mais na edição/montagem do texto, que muitas vezes vai além de um discursso convencional, do que num texto pensado racionalmente.
O texto não é escrito, é formulado aos pedaços, e depois sim escrito na página, a relação com a escrita do texto é antes intuitiva do que domesticada pela tentativa de linearidade. A poesia ganha com isso no resultado. A escrita propriamente dita é o segundo passo.
Na foto, belamente captada por Mariah, em momento e ação do feito poético, mostra as palavras recortadas, como peças de um discursso sobre a mesa a ser montado. Uma nova célula de linguagem. Os resultados foram incríveis, tal qual um "labirinto sem pudor" como montrou/escreveu João, que aparece entre Paulo e Delma na segunda foto.