PoemaCartaz
sábado, junho 07, 2014
sexta-feira, junho 06, 2014
LEIA NA CAMISA - MAIO/JUNHO
Mais uma bela edição do Cabaré do Verbo ontem de noite na Casa De Cultura Mario Quintana e a Bambu Cicloteca com novas trocas e doações de livros contou com mais uma edição do projeto LEIA NA CAMISA. Uma história, um poema lido ou vestido. Agradeço a colaboração das pessoas que participaram.
https://www.facebook.com/pages/LEIA-NA-CAMISA/583075648433338
https://www.facebook.com/pages/LEIA-NA-CAMISA/583075648433338
domingo, junho 01, 2014
DEPOIS DA ÁGUA - TELMA SCHERER
Novo livro de Telma Scherer, Depois da Água. Poemas e fotografia da autora que está na em Floripa. Logo ela deverá estar por aqui falando do seu mais novo trabalho. Uma nova fase da poesia de Telma, agora dialogando com a fotografia e experimentando essa conexão num híbrido de verbo e imagem. Sempre as palavras certas para as imagens certeiras. Segue um poema para degustação.
quinta-feira, maio 29, 2014
ENTREVISTA POÉTICA - KLEDIR RAMIL
Dia 11 de junho Kledir Ramil na Entrevista Poética com Lorenzo Ribas e Diego Petrarca na Saraiva do Praia de Belas, vamboralá!
http://www.saraivaconteudo.com.br/Eventos/Arquivo/57344
domingo, maio 25, 2014
LADO B
Segundo passada, 19/05, Diego Petrarca proferiu um minicurso sobre a poesia brasileira anos 70 dentro da programação da Semana Acadêmica da Letras da UFRGS, (O LADO B da Literatura), alguns amigos e ex professores. Destaque para o empenho e organização da equipe organizadora e os cuidados de Pedro Marodin. O Bando Hoburaco, com Paulo Ohar e Dênia Da Rosa, marcou presença durante a Feira de Livros independentes. Bom ver o interesse e participação dos alunos sobre essa fase da nossa poesia e a surpresa por constatar que realmente esse período da poesia brasileira ainda não é abordado em sala de aula.
quinta-feira, maio 22, 2014
OFICINA SOBRE A ESCRITA DE QUADRAS
Finalização do módulo da Oficina Literária sobre a escrita de Quadras, na Livraria Sapere Aude, entre março e maio de 2014. Os cartazes/adesivos trazem impressos parte dessa produção. A turma foi composta por Bernadete Saidelles, Paulo Ohar, João Alberto Luiz, Silvia Preissler e Silvia Agnes.
Seguem algumas quadras produzidas em aula:
BERNARDO
Bernardo um garoto
De barriga muito cheia
É feliz! Humorado
Sempre pronto pra peleia.
(Silvia Pressler)
Olhos verdes, mar profundo
com carinho pra me dar
quando vejo, eu desbundo
ele é meu angorá
(Silvia Agnes)
Não gostava de conflitos
contava histórias
nervos aflitos
ainda nas memórias
(Paulo Ohar)
Um corpo embriagante
elegante e macio
que seja um bom amante
e me cause arrepio
(Bernadete Saidelles)
Um beijo patogênico
e um bafo antigênico
monstruosidade priápica
e abraço fisioterápico
(João Alberto Luiz)
TEXTOS NO BLOG DA SAPERE AUDE - QUADRAS PAULISTANAS
A livraria Sapere Aude apresenta em seu blog colunas sobre o tema literário, desenvolvida por colabores da área e escritores, pesquisadores e estudantes. Com a curadoria do professor Robertson Frizero, o blog traz uma reflexão e informações sobre criação literária, livros e teoria.
Diego Petrarca passa a colaborar no blog com textos sobre poesia, o primeiro texto é sobre o livro Quadras Paulistanas, lançado e 2013 por Fabrício Corsaletti. Confere lá:
http://sapereaudelivros.blogspot.com.br/2014/05/um-modo-criativo-de-conhecer-sao-paulo.html
Diego Petrarca passa a colaborar no blog com textos sobre poesia, o primeiro texto é sobre o livro Quadras Paulistanas, lançado e 2013 por Fabrício Corsaletti. Confere lá:
http://sapereaudelivros.blogspot.com.br/2014/05/um-modo-criativo-de-conhecer-sao-paulo.html
PARA GOSTAR DE POESIA
Oficina na FestiPoa Literária, leitura e comentários sobre poemas de Ana C., Paulo Leminski e Francisco Alvim para uma turma atenta e interessada nos poetas dos 70. Na Casa De Cultura Mario Quintana. Fotos de Ana Mendes.
LADODENTRO ENTREVISTA - TONINHO VAZ
Toninho Vaz é especialista em biografar poetas malditos. Sua biografia O bandido que sabia latim, de 2003, aborda a vida e a obra de Paulo Leminski. Em 2005, foi a vez do poeta e letrista Torquato Neto voltar a ser falado graças a pesquisa de Toninho Vaz, jornalista curitibano muito atento aos artistas da contracultura. A segunda edição de Pra mim chega, atualiza a vida de um dos poetas mais relevantes dos anos 70, via Tropicalismo. O trabalho de Toninho é sério, informado e respeitoso, pelo menos essas duas biografias citadas são fundamentais para o entendimento e importância dessas personalidades poéticas do Brasil.
Na
sua opinião, qual as contribuições de Torquato Neto para a chamada poesia dos
anos 70, a Geração Mimeógrafo, que atribuí ao poeta uma influência para essa
movimentação poética da época?
Veja bem, antes temos que considerar que, a rigor, Torquato não construiu uma
poética, simplesmente porque nunca teve essa intenção. Ele não planejava
publicar um livro com suas poesias, razão pela qual a primeira reunião dos seus
escritos vai surgir depois de sua morte, reunidos em “Os últimos dias de paupéria”,
editado pela viúva Ana e pelo amigo Waly Salomão. Mas, obviamente, ele era um
grande poeta como considerava ser: “Um poeta não se faz com versos”, dizia.
Alguns
nomes importantes para a história de Torquato Neto acabaram não colaborando com
a sua biografia (o que obviamente fez falta em seu livro) na sua opinião, qual
o motivo de Bethânia, Gal, Gil, por exemplo, evitarem dar depoimentos?
O nome Torquato causa
desconforto em alguns tropicalistas, pois a amizade deles teve um desfecho radical,
marcado pelo desencontro. Eles se separaram do Torquato, mas não esperavam pelo
suicídio logo em seguida, configurando um trauma coletivo. Mas eles todos são
espiritualizados e provavelmente sabem o que aconteceu.
Torquato
Neto virou um ícone da contracultura no Brasil. Você considera que a figura do
autor de Geleia Geral ficou muito vinculada ao Tropicalismo e isso de algum
modo abafou outras atividades para as quais Torquato se dedicou e de algum
modo, conceituou?
Creio que o trabalho do Torquato foi interrompido muito precocemente, aos 27
anos (na verdade, na madrugada em que ele completou 28 anos) e ainda longe da
maturidade intelectual. Mas estamos falando dele até hoje, o que revela a
importância da sua incipiente produção intelectual. A Tropicália (ele preferia
chamar assim) foi a explosão do talento dos meninos criativos e mergulhados nos
melhores ambientes culturais. Para Torquato,
a experiência tropicalista somou com trabalhos feitos com músico de
outras áreas, como Edu Lobo e Nonato Buzar.
Você
reconhece na coluna de Torquato no jornal construções textuais comuns a sua poesia?
como se o texto da coluna fosse uma espécie de híbrido entre jornalismo e
poesia e daí a particularidade dessa coluna: ela acabou sendo a poesia que
Torquato encontrou realizar naquele período?
Certamente, muito da produção textual do Torquato vem da coluna Geleia Geral,
que transcendia ao jornalismo tradicional. Eu era leitor da Última Hora, em
Curitiba, e fui visivelmente influenciado pelo texto agressivo, inconformado e
combativo que ele apresentava. Algumas vezes comecei o texto da minha coluna no
Diário do Paraná com citações do tipo: “Como diria Torquato Neto, agora está
tudo certo, otário? O carnaval passou rapidamente e levou junto todos os
problemas?” A ironia a serviço do inconformismo.
Em
sua biografia aparece uma relação mais íntima entre Torquato e Caetano, você
acha muito simplista atribuir o afastamento deles devido a esse rumor? afinal
isso está na biografia de modo bem claro, afinal existe um motivo específico
desse afastamento entre eles?
Acho simplista, sim, pois como eu digo no livro, é bem possível que Torquato
estivesse dando motivos para este afastamento, desde que o alcoolismo se
acentuava e o consumo de drogas também. Mas ele não era inconsequente, um
porra-louca, era doente. De maneira inédita, o livro trás a revelação de um
diagnóstico médico de esquizofrenia.
Você
é o autor da excelente biografia de Paulo Leminski, que considerava Torquato
uma super influência em sua poesia. A respeito disso, como você percebe essa
voz de Torquato na formação poética de Leminski?
Sem nenhum planejamento acabei escrevendo a biografia dos dois poetas, naquilo
que eu chamo informalmente de minha “micro antologia biográfica dos malditos”,
palavra aqui sem conotação bíblica, mas sim numa referência aos poetas
franceses, assim chamados. Torquato e Leminski se pareciam, numa certa maneira,
respeitando-se as diferentes trajetórias. Eram radicais e autênticos.
Recentemente
a UFRGS admitiu o álbum conceitual da Tropicália como leitura obrigatória para
o vestibular, Torquato é um dos elementos que garante a possibilidade literária
nesse disco, por ser um poeta dentro do movimento. Além da canção Geleia Geral,
quais outras letras na sua opinião dão o recado real da proposta tropicalista?
Certamente “Louvação”, parceria com Gil, e
“Mamãe coragem” , parceria com Caetano. Correndo por fora da proposta
tropicalista, gosto muito de “Pra dizer adeus”, parceria com Edu Lobo.
A
Cia das Letras relançou a poesia completa Ana Cristina Cesar, Paulo Leminski e
agora Wally Salomão. Torquato Neto poderia estar nessa lista com total certeza,
no entanto, ela não via necessariamente no livro um suporte para a sua poesia,
fale a respeito disso, Torquato talvez tenha sido um pioneiro no sentido de
fazer poesia fora das páginas?
Talvez. Ele tinha outra maneira de ver a poesia, vivendo a vida poeticamente. Nunca
esteve mirando ser um poeta, digamos, formalmente. Mas os textos completos dele
já estão em livro, no recente “Torquatália”,
editado pela Rocco.
Da
obra ou produções de Torquato com a palavra criativa. quais Toninho Vaz destaca
enquanto leitor/biógrafo?
Eu gosto do conceito criado por ele para a revista NAVILOUCA, reunindo jovens
poetas daqueles anos conturbados, todos de vanguarda, incluindo os
“professores” Décio Pignatari e Augusto de Campos. A revista, entretanto, só
foi editada depois de sua morte. Considero um marco na poesia brasileira.
ANTOLOGIA DO SUL A CHINA
Para receber os visitantes da Semana da China no Rio Grande do Sul, o Instituto Estadual do Livro (IEL) editou um livreto bilíngue – português e chinês – com vinte poemas de dezessete autores contemporâneos do Estado: Alexandre Brito, Augusto Bier, Berenice Sica Lamas, Celso Gutfreind, Diego Petrarca, Fabrício Carpinejar, Flávio Brasil, Lau Siqueira, João Angelo Salvadori, Jaime Vaz Brasil, José Eduardo Degrazia, Maria Carpi, Paulo Seben, Ricardo Portugal, Ricardo Silvestrin, Susana Vernieri, Thomaz Albornoz Neves. Organizado por Laís Chaffe e com tradução de Sun Yuqi, o livreto foi produzido com as parcerias da Associação Lígia Averbuck (associação de amigos do IEL) e Museu Julio de Castilhos.
quarta-feira, maio 14, 2014
terça-feira, maio 13, 2014
ENTREVISTA POÉTICA - JUAREZ FONSECA
domingo, maio 04, 2014
sábado, maio 03, 2014
BAMBUCILCOTECA
Mais uma edição do projeto Bambu Cicloteca (Cabaré do Verbo) no parque da redenção, mediação de Diego Petrarca e Andreia Laimer e as participações do Bando Hoburaco, nas intervenções com leitura. Agradecimento as pessoas que compartilharam histórias e colaboraram com a troca de livros. E aos bandoleiros Delma Gonçalves, João Alberto Luiz, Paulo Ohar e Bernadete Saidelles.
sexta-feira, maio 02, 2014
LADODENTRO ENTREVISTA - NICOLAS BEHR
O que empobrece o salto poético
é não ter coragem de saltar.
Entrevista com o poeta Nicolas Behr. Ícone da poesia alternativa dos anos 70 e 80, tem na cidade de Brasília um dos signos da sua poética. O poeta desenvolve em sua poesia uma comunicação ágil, tal qual o melhor modernismo de 22. Os suportes da sua poesia vão além do livro e a habilidade do seu artesanato verbal faz a poesia e refletir o cotidiano. A poesia de Nicolas Behr é crônica em verso livre. Poemas visuais, discursivos, breves e ligeiros, são a identidade polifônica de um dos poetas mais importantes e sua geração.
Brasília é a incapacidade
do contato afetivo
entre a laje e o concreto
Nicolas Behr (Nikolaus von Behr) nasceu em Cuiabá, em 1958. Em 1977 lançou seu primeiro livrinho e “ Iogurte com Farinha, em mimeógrafo, tendo vendido 8.000 exemplares de mão em mão. Em agosto de 1978, após ter escrito Grande Circular, Caroço de Goiaba e Chá com Porrada, foi preso e processado pelo DOPS por “ porte de material pornográfico”, sendo julgado e absolvido no ano seguinte. Até 1980, publicou ainda 10 livrinhos mimeografados.
A partir desse ano passou a trabalhar como redator em agências de publicidade. Em 1982 ajudou a fundar o MOVE – Movimento Ecológico de Brasília, a primeira ONG ambientalista da Capital Federal. Em 1986 abandonou a publicidade para trabalhar na FUNATURA – Fundação Pró-Natureza – onde ficou até 1990, dedicando-se, desde então, profissionalmente, ao seu antigo hobby: produção de espécies nativas do cerrado.
Voltou a publicar seus livros de poesia, com Porque Construí Braxília. É sócio- proprietário da Pau-Brasilia Viveiro Eco.loja, casado, desde 1986, com Alcina Ramalho e tem três filhos: Erik, Klaus e Max. Teve o seu perfil biográfico traçado pelo jornalista Carlos Marcelo no livro Nicolas Behr – Eu Engoli Brasília, publicado em 2004. A jornalista Gilda Furiati defendeu tese de mestrado no Instituto de Letras da Universidade de Brasília em 2007 sob o título: Brasília na poesia de Nicolas Behr: idealização, utopia e crítica, editada em livro pela Editora UnB em 2012.
Em 2008 seu livro Laranja Seleta – poesia escolhida – 1977 – 2007 pela editora Língua Geral, foi finalista do Prêmio Portugal Telecom de Literatura.
http://www.nicolasbehr.com.br
Você é considerado um dos representantes da poesia marginal (no sentido da produção alternativa) dos anos 70. Você chegou a ter um diálogo com os poetas do Rio ou São Paulo, onde essa movimentação se convencionou?
Sim, havia muita troca, era um movimento forte, e se publicava muito. Livrinho de mimeógrafo era uma mania. E era, talvez pela primeira vez. No Brasil, era muito fácil e barato produzir um livro. Usávamos fotocópias também. E os livrinhos circulavam muito, era uma febre. E isso foi muito bom, pois criou novos públicos pra poesia, democratizou a poesia, desmistificou bastante a imagem do poeta, zerando a distancia entre poeta e público, pois os poetas começaram a vender seus livros, em bares, portas de cinema, filas de teatro.
A cidade de Brasília é um dos seus temas mais recorrentes, até que ponto Brasília é um signo poético?
Brasília é a minha obsessão, isso está bem claro. E é também uma cidade poeticamente virgem, se escreve pouco sobre Brasília. Ela é um signo poético pois como cidade artificial que foi (veja bem, que foi) a poesia tem aqui o papel de humanizar a maquete. Por outro lado é fácil escrever sobre Brasília pois, ao contrario de outras cidades brasileiras, muito mais antigas, não temos aqui a sombra dos grandes poetas. Por exemplo, pra escrever sobre Recife você tem Manuel Bandeira e João Cabral. São Paulo, Mario de Andrade. Porto Alegre, Quintana. Rio de Janeiro, Vinicius. Isso nos dá muito mais liberdade para criar, pois se tem todo um mundo pela frente.
Como você observa o fato do poema enquanto gênero veiculado fora dos livros, mudando de suporte?
Dessacralizar o livro. Democratizar a poesia. Desmistificar o poeta. Tudo isso é parte de um mesmo movimento: fazer a poesia chegar mais perto das pessoas, vista aqui como instrumento de felicidade, sem as amarras teóricas da literatura. Poesia pra ser feliz.
Você editava seus livros independente das editoras convencionais, fale dessa experiência.
Até hoje edito. Isso cria uma relação orgânica entre o autor e o livro. O objeto livro, que não precisa de eletricidade, tomada, programa, computador pra funcionar. O livro é daquelas invenções perfeitas. Como a roda. Você dá novos usos, mas não consegue aperfeiçoar a roda. Blog se deleta, livro não. Talvez o livro se torne uma raridade no futuro, como o vinil é hoje, mas não tenho medo do e.book. Que vira, com certeza. Sou mais poeta da pagina do que da tela. Viva o livro!
O despojamento da linguagem, via Modernismo de 22 - Oswald de Andrade, foi uma continuidade e resgate da poesia contemporânea. Mas a coloquialidade exagerada no discurso pode empobrecer o salto poético?
Tudo que se repete demais cansa. Mas não existe limite para a criação poética. Mas é preciso sempre estar reinventando os signos, os significados, não cair na mesmice e dar saltos criativos. Não se cria nada do nada. A criação é sempre junção de dois ou mais elementos que vão resultar num terceiro ou quarto. Tudo depende das novas associações que são criadas, quanto mais inusitadas, melhor. O que empobrece o salto poético é não ter coragem de saltar.
Seu contato com as flores é usado na poesia? - no sentido de aproveitamento do léxico, do tratamento poético da linguagem científica, da botânica.
Meu ganha-pão é o comercio de plantas. Na verdade, tudo pode ser usado na poesia. E tudo existe para terminar em livro. É importante para o poeta ter contato com tudo: historia, musica, botânica, cinema... Tudo. Tudo amplia os horizontes poéticos. Sair do seu nicho, do seu ninho. Sair da sua casca. Do seu meio, do seu conforto. Procurar outros ares. Acredito nisso.
A geração mimeógrafo tende a considerar Torquato Neto com um de seus mentores, você mesmo o cita em seus textos manifestos da época, de que forma esse autor te influenciou de forma engajada (na causa alternativa) e poética ao mesmo tempo?
Torquato Neto foi e continua sendo importantíssimo para todos os poetas. Pela sua transparência, pela sua postura, pela sua poesia na primeira pessoa. Pessoal e intransferível. Uma porrada. Poeta precisa mais de porrada do que de elogio. “Um poeta não se faz com versos”. Isso pra gente foi uma diretriz. A atitude do poeta como parte do poema, mesmo sabendo que um dia o poema vai ter que se virar por si mesmo.
O livro Beije-me pode ser considerado poesia fotográfica? ou seja, não-verbal, mas carregada de sentido?
Beije-me é um sucesso, está na segunda edição. A cultura brasileira é mais visual do que literária. E muito musical. E todo mundo gosta mais de olhar fotografia do que ler poemas. São poemas visuais, então.
Quando você lê as teses de mestrado que saem sobre sua criação ou mesmo sobre o contexto histórico em que fez parte, elas normalmente acertam o alvo, você se reconhece enquanto autor nessas teses?
A academia complica. E muitas vezes erra. Complicando algo que o poeta escreveu da forma mais simples do mundo. O poema quer dizer aquilo que está escrito. E ai vem as teses pra tentar explicar algo que não precisa de explicação. Tá tudo ali. Ser objeto de teses de mestrado às vezes soa estranho, eu que venho de uma geração iconoclasta. Mas a tradição é feita de rupturas. A poesia da geração mimeografo foi uma ruptura, mesmo mamando nas tetas do modernismo oswaldiano.
Nicolas Behr é um dos mestres em textos curtos, característica típica da produção dos anos 70, a forma breve, a síntese, o instantâneo. E esses formatos são recorrentes nos Poemas no Ônibus e no Trem, o que pode ser dito sobre esses textos enquanto forma poética?
Vivemos um tempo sem tempo. Estamos fazendo concessões demais? Mas os tempos são mesmo ágeis, rápidos, fragmentado. E a poesia é sempre espelho Do seu tempo.
segunda-feira, abril 28, 2014
LEIA NA CAMISA - MARÇO/ABRIL
Página: http://is.gd/O4ndoZ
A edição de março/abril do LEIA NA CAMISA aconteceu durante a intervenção literária nomeada de Bambucicloteca, dentro da primeira edição de 2014 do Projeto Cabaré do Verbo, na Casa de Cultura Mário Quintana. Agradecimentos aos colaboradores e aos fotógrafos Marcelo Monteiro, Josemar Albino, e as colaborações de Andréia Aguiar e Maria Elizabeth Knopf.
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