Os poetas Torquato Neto e Wally Salomão lançaram em 1974 a única edição de Navilouca, revista de poesia que, infelizmente, o grande Torquato não pode ver impressa. Desde 1972, quando ela começou a ganhar forma, já se esperava uma obra que ficou como um marco da produção contracultural da época, uma revista que corria por fora dentro do circuito de poetas-inventores que surgiram entre os anos 60 e 70. A edição conta ainda com a participação luxuosa da tríade concretista, que de algum modo apadrinhou a geração desbundada da poeisa brasileira que corria muito pela canção nos anos de chumbo. Uma revista de arte, arte poética e gráfica. Almanaque dos Aqualoucos, ali Torquato escrevia em letras gigantes: O poeta é a mãe das artes e das manhas em geral. Uma obra-farol, registro de uma época em que a poesia brasileira tomava novo corpo, outros rumos. A edição é raríssima. Mas eterna.