sábado, setembro 18, 2010

TURMA DA BONJA

Essa é a turma da oficina literária que acontece no bairro Bom Jesus, desde o ano passado, através do projeto da Descentralização da Cultura. No ano passado, o livro Anômalos, orientado pelo ministrante e feito por demanda, foi produzido pela turma e reunia os textos de três alunos: NeideRita e Carlos (os três primeiros da esquerda para a direita). 

O mesmo trio irá compor a antologia Histórias de Trabalho, edição 2009, na categoria poesia, e Carlos estará com outro texto seu na categoria Histórias Inventadas. O ministrante da oficina, Diego Petrarca, está com a turma desde o ano passado e inaugurou a oficina na região (até então não havia vínculo com o projeto da Descentralização). Este ano, a nova aluna Maria (na foto vestindo cor de laranja), está participando junto, produzindo textos a partir de sugestões criativas. 

Até pouco tempo, o Alfredo estava fazendo parte do grupo, as aulas sempre terminavam com uma de suas interpretações ao violão, sempre em alto astral, mas ele teve que se ausentar por algum período. A turma da Bonja é um modelo de grupo integrado a produção literária, Evoé Mato Sampaio!






quinta-feira, setembro 09, 2010

CAMPEONATO GAÚCHO DE LITERATURA

O Campeonato Gaúcho de Literatura está acontecendo desde o início desse ano. Trata-se de um campeonato em que os craques são os livros. As partidas são apitadas textualmente, ou seja, os jogos são as análises escritas dos livros em questão. Nesse caso, Diego Petrarca apita o jogo das duas obras mencionadas acima. Outros juízes ligados a literatura também participaram. Confira tudo no blog: http://gauchaodeliteratura.wordpress.com/



quarta-feira, setembro 08, 2010

DIÁLOGO

O poema Diálogo, quase um exercício experimental de linguagem, foi publicado dia 07 de setembro no jornal Zero Hora, ali, na coluna do Almanaque. Confira abaixo:


sexta-feira, setembro 03, 2010

NO FESTIPOA


Depoimento de Diego Petrarca durante a edição de 2010 do Festipoa Literária que ocorreu em abril.

sábado, agosto 21, 2010

CASA CAIO F.

Saiu em ZH Menino Deus a crônica de Diego Petrarca sobre a casa Caio F., por enquanto solitária na rua Oscar Bitencourt, no Menino Deus. Que o projeto de revitalizá-la permaneça ainda para além de todos os muros. Clique para ampliar.


sexta-feira, agosto 20, 2010

INCIDENTAL

O poema Incidental já está circulando nos coletivos da cidade, dentro do projeto Poemas no Ônibus, edição 2009. A edição desse ano, 2010, vai circular no ano que vem. Destaque para o fundo cor de relva da matriz (nesse imagem, ainda em fase de concepção) que veicula o poema,  concebido por Fernando Prudêncio. A janela do coletivo é também paisagem verbal.  


sexta-feira, agosto 13, 2010

CASA CAIO F. - POST ESPECIAL


Uma bela e honrosa iniciativa está pairando sobre a literatura brasileira, mas em céus portoalegrenses: recuperar a casa em que Caio Fernando Abreu morou, pouco antes de voar aos anjos, entre 1994 e 1995, na rua Oscar Bitencourt, no Menino Deus.

O objetivo é transformar a residência num espaço cultural, em que o acervo de Caio seja contemplado. Nada mais coerente: na casa onde o grande autor morou em seus últimos suspiros, muito dele ainda está andando por lá!

P.S.: Há pouco acabei de ler, furiosamente, o belo livro em que a jornalista Paula Dip fez sobre Caio: Para Sempre Teu, Caio F. Entrevistas, cartas, histórias de uma grande amiga relembrando o nosso autor. Comentei com algumas pessoas próximas que a casa devia transformar-se em algo em que o Caio ainda esteja. Pedi pro meu pai me levar até a rua Oscar Bitencourt, perto de onde morei e onde parte da minha família ainda mora, no Menino Deus. No ano de 1995, aos 15 anos, eu morava na Zona Sul e estava descobrindo Caio F. completamente deslumbrado. Lembro que naquele período nunca tomei a liberdade de ir até sua casa, embora isso rondasse minha cabeça, faltava coragem. Eu já frequentava o Menino Deus praticamente desde quando nasci, pois minha avó morou e ainda mora ali, na encantadora avenida Ganzo, muito próxima da rua Oscar Bitencourt. A única coisa que fiz foi espiar no guia telefônico o número da casa, liguei, ouvi a voz do Caio e desliguei o telefone, intimidado. Após isso, apenas um contato frio na feira do livro, quando ele foi patrono e autografou para mim o Ovelhas Negras e o Inventário do Ir-remediável, relançado naquele ano.

Fico feliz em saber que essa harmonia dos fãs de Caio está fazendo efeito. Eu, antes de saber de tudo, senti muito fundo por esses dias a sensação de falta dessa lembrança real de Caio em Porto Alegre, do não aproveitamento como acervo e memória cultural da residência em que ele decidiu passar seus últimos dias, entre o cuidado do seu jardim e passeadas de bicicleta até o Parque Marinha, para ver aquele sol cair no rio guaíba. Coisa boa se ver e sentir.
Visitem o site abaixo e colaborem com essa corrente para que a casa Caio F. reapareça!



quinta-feira, agosto 12, 2010

OFICINA LITERÁRIA NA ASSUNÇÃO

A oficina literária bairro Assunção,  ligada ao projeto da Descentralização da Cultura, mais precisamente chamada carinhosamente de A Vila dos Pescadores, inicou as aulas em maio e a turma está num processo de criação intenso. As aulas acontecem toda terça.  É uma enorme prazer poder ministrar uma oficina em que  as pessoas estão inteiramente receptivas. Diego Petrarca, coordenador da oficina, está satisfeito com o resultado. Mais textos e conversas boas, regadas a chás e cafés, virão com toda euforia, abençoados pela Nossa Senhora dos Navegantes, padroeira do lugar, que beira o rio guaíba, que beira o nosso pôr do sol. Um beijo para Iara, Helena, Mara, Mari, Carmiha, Neila e Paulo, autores de calibre afiado e emoção que brilha na linguagem.

Obs: Nesse dia da foto, 03 de agosto de 2010, Telma Scherer visitou o lugar e falou sobre o processo criativo de uma narrativa longa. Maravilha pura! A turma adorou e serviu como complemento ao que é passado durante as aulas.





sábado, agosto 07, 2010

VERSIFICADOS DE AGOSTO


Na edição de agosto do projeto Versificados, a poesia espalhada nos classificados do Correio do Povo. Diego Petrarca e Andréia Laimer colabora também nessa edição.

http://www.correiodopovo.com.br/Classificados/PDF/DIV03.PDF

sexta-feira, agosto 06, 2010

UMA NOITE EM 67


Estreou nessa sexta feira o filme Uma Noite em 67, dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil, o documentário fala sobre o saudoso e inesquecível Festival da TV Record, exibido em outubro de 1967 e foi um divisor de águas da história da nossa MPB. Naquele festival, seria deflagrado o movimento Tropicalista, quando as guitarras elétricas dividiram o espaço com o violão, instrumento máximo da música brasileira, pelo menos até esse dia. As antológicas apresentações de Caetano Veloso e Gilberto Gil, com suas canções chave do movimento tropicalista, Alegria, Alegria e Domingo no Parque, além do cantor Sérgio Ricardo quebrando o violão, estão no filme, além de cenas de bastidores e depoimentos dos cantores e compositores que participaram. Uma raridade levada as telas e um registro fundamental para a arte brasileira agora nos cinemas, no Santander Cultural, confira as datas e horários.


Uma noite em 67 - Cine Santander Cultural
07 a 19 de agosto
Sessões: 15h00.
Sessões: 17h00.
Sessões: 19h00.



sábado, julho 17, 2010

VERSIFICADOS DE JULHO


A edição do mês de julho do projeto Versificados, saiu dia 17 nas páginas do Correio do Povo, Diego Petrarca integrou novamente o time de autores, confira abaixo.


sábado, julho 10, 2010

07 DE JULHO DE 2010




07 de  julho de 2010
20 anos sem Cazuza
07 de julho de 2010
voo de Ezequiel Neves

não apenas coincidência:
coerência

TODO HUMANO É SANTO E PODE AMAR SIM

quarta-feira, julho 07, 2010

ENTREVISTA POÉTICA DE JUNHO

A Entrevista Poética, na livraria Saraiva, recebeu no mês de junho o escritor Fabrício Carpinejar. Entre assuntos descontraídos, falamos de crônica, poesia, último livro, além do momento das perguntas mais poéticas que interrogativas. A plateia também contribuiu com algumas questões. Carpinejar, como sempre, facilita a comunicação e sempre colabora para que o papo transcenda a superficialidade. A conversa marcou a segunda edição do projeto, coordenado por Lorenzo Ribas e Diego Petrarca.


domingo, julho 04, 2010

ROBERTO PIVA - 1937/2010

Só acredito em poeta experimental que tem vida experimental



nus & feéricos/ olho no gatilho meia-lua/ nado esta manhã a favor da correnteza/ à deriva/ no miolo do
furacão/ eu era uma Sibila entre os gonzos da lingua-gem/ Samba-Vírus/ exus nanicos carregando cabaças
de pedra da lua no portal do meu ouvido/ cruzamento das Avenidas Assassinato & 69/ garoto-pombinha no
balcão da lanchonete/ esperando o pernilongo da Mor-te/ estrelas rachadas gotejam leite dos deuses/ é com
este que eu vou sambar até a Pradaria -Kamikase/ no trecho Belém-Brasília da Teogonia
(Quizumba, 1983)

sábado, junho 26, 2010

GINSBERG PARA LER



To Lindsay

Vachel, the stars are out / dusk has fallen on the Colorado road / a car crawls slowly across the plain / in the dim light the radio blares its jazz / the heartbroken salesman lights another cigarette / In another city 27 years ago / I see your shadow on the wall / you’re sitting in your suspenders on the bed / the shadow hand lifts up a Lysol bottle to your head / your shade falls over on the floor

[Paris, May 1958]

sexta-feira, junho 25, 2010

POSTAIS DE WHITMAN





O primeiro módulo da oficina de criação ministrada por Diego Petrarca no Centro Cultural CEEE Erico Veríssimo encerrou na semana passada, a turma vai seguir no segundo módulo até outubro e a primeira aula dessa outra fase, dia 23 de junho, foi celebrada com os postais de Walt Whitman.

A ideia era que os autores da oficina produzissem algo calcado num dos fragamentos, escolhidos por cada qual, do livro Folhas da Relva, o marco da poesia moderna que Whitman reescreveu inúmeras vezes e é definitivamente a sua grande obra. 

Os postais foram criados para ter o texto como suporte, uma certa recuperação da arte postal onde os artistas mandavam  correspondências entre si, os postais, concebendo uma movimentação plástica que corria por fora das galerias comportadas nos anos 60. Cada texto genial! A atividade fechou com chave de Relva nossa primeira temporada da oficina O Texto Criativo.   

sexta-feira, junho 18, 2010

OFICINA LITERÁRIA




A Secretaria Municpal da Cultura está promovendo uma oficina literária para os concursos poéticos mais badalados da cidade: Poemas no Ônibus e Histórias de Trabalho. O ministrante do curso será Diego Petrarca, os sites da Prefeitura de Porto Alegre e Ministério da Cultura, divulgaram a atividade com maiores detalhes.

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sábado, junho 12, 2010

EIS OS VERSIFICADOS




Primeira edição do projeto Versificados, edição especial do Dia dos Namorados, 12 de junho de 2010, no jornal Correio do Povo.


sexta-feira, junho 11, 2010

VERSIFICADOS



O projeto Versificados estréia amanhã em Porto Alegre no jornal Correio do Povo. A ideia é que a poesia esteja espalhada junto aos anúncios dos classificados, uma forma de intervenção poética, afinal a poesia deve estar também fora do poema, impressa em outros suportes. Além disso, os textos minúsculos, sugerem densidade pela brevidade e não correspondem exatamente a proposta de um anúncio tradicional, soam como anti-anúncios, com propósito mais sensível que comercial, embora se saiba comercial, pois está transitando onde saem os anúncios. Esse paradoxo é proposital. O deslocamento  da ação poética para um contexto mais prático, ressalta o foco do poema. A proposta é que todo mês tenham poemas pelos classificados, logo: Versificados! Diego Petrarca participa dessa primeira edição, ao lado de ilustres poetas e poetas queridos como Telma Scherer e Andréia Laimer.

A temática da vez é o dia dos namorados, lírico e sensual ao mesmo tempo. Laís Chaffe, pioneira e representante do projeto em Porto Alegre, está organizando essa primeira edição do Versificados, que é parceiro de outro nobre projeto poético, o Cidade Poesia, lançado em 2009.


quinta-feira, junho 03, 2010

n.d.a É TUDOS EM ARNALDO ANTUNES




Os vários significados possíveis num poema parecem ir além da forma convencional de compor versos normais, isto é, dispostos de forma organizada na página. Não é de hoje que um poema se lê ao mesmo tempo em que é visto na página, comunicando poeticidade também por sua forma gráfica.

O novo livro de Arnaldo Antunes, n.d.a. lançado em maio pela editora Iluminuras, apresenta o autor em sua conhecida marca verbivisual, uma das bases da sua poética, em que palavra e imagem são complementares para o significado do poema. Nesse sentido, uma das novidades é a inserção de uma certa tridimensionalidade gráfica em alguns poemas, o traço concretista em peças que se destacam pela forma.

Arnaldo Antunes sempre buscou a estranheza como matéria principal em sua poesia. Essa estranheza se passa tanto no plano da linguagem como na forma que o poema surge na página. Do mesmo modo em que a caligrafia é desenvolvida como extensão do significado, como em seu primeiro livro, Ou E, de 1983, editado artesanalmente pouco antes do estouro dos Titãs, a linguagem persegue mais o deslocamento do sentido do que a analogia.

Em seus livros posteriores, Psia, de 1986 e Tudos, de 1990, os poemas aparecem em diversos formatos gráficos, sempre alternando entre certa animação impressa e uma condensação verbal, síntese e ritmo convivem no mesmo plano sintático da fragmentação dos vocábulos, sugerindo não apenas a leitura habitual, horizontada na página.

Em suas formas variadas, n.d.a se faz coerente com a proposta estética de Arnaldo, por desenvolver os eixos principais do seu trabalho poético, a variação de possibilidades gráficas e a subversão da linguagem pelo deslocamento, mais metonímico que metafórico. Nesse novo livro, os poemas verbais são mais longos e o autor aproveita sua produção plástica integrando ao volume poemas/objeto. Há também uma série de postais, fotografias tiradas pelo próprio Arnaldo em que as surpresas poéticas aparecem nas escritas de rua, onde as letras da poluição visual, deslocadas do seu contexto, geram efeito criativo, por exemplo: num dos postais a palavra “divino” aparece escrita numa caçamba de lixo.

Arnaldo Antunes consegue em seu trânsito habilidoso entre o disco e o livro, entre a chamada alta e baixa cultura, a mesma dicção poética. É comum para esse artista usar o mesmo refrão de uma letra num livro de poemas, num haicai, ou apresentado no cartaz com um apelo visual, é para poucos essa fruição inteligente dos elementos da cultura pop com sofisticação estética. “Eu berro as palavras no microfone/ da mesma maneira com que as desenho, com cuidado, na página.” Como escreve no poema/prefácio do livro Psia, de 1986. “Psia”, que, para o autor, é feminino de psiu, aquele som que se usa para chamar alguém. O estalo do lábio é signo na língua de Arnaldo. Da mesma forma que a canção Beija eu, gravada por Marisa Monte, subverte a regra gramatical deslocando o eu para depois do verbo. Ou como no livro As Coisas, de 1992, em que a didática inventiva das obviedades é escrita com o olhar infantil, o estreito repertório de palavras gerando sentenças inusitadas: “Mulheres têm dois peitos, os homens tem um peito só”.

Pode-se dizer que Arnaldo Antunes é um desses raros artistas polivox, capazes de extrair densidade poética escrita de fotografias, como no livro em parceria com Márcia Xavier, ET Eu Tu, de 2003, até escritos epigramáticos do livro Palavra Desordem, de 2002, onde os poemas são apresentados como slogans, cartazes vazados em letras garrafais, um trabalho verbal e visual ao mesmo tempo, ou como nessa série de postais do novo livro, a rasura urbana produzindo alegorias. O lançamento de n.d.a (parte dele já havia sido lançada na antologia Como é que chama o nome disso, Publifolha, 2006) vem acompanhado de outra compilação de Arnaldo, reunida em Melhores Poemas (organizada por Noemi Jaffe, Ed. Global, 2010), que traz um panorama geral da produção do compositor.

Experimentar é antes uma forma de fazer, próxima da possibilidade de invenção, propósito de toda boa poesia. Do máximo inesperado, pode conter a licença poética. Oswald de Andrade, por exemplo, tão identificado aos princípios poéticos de Arnaldo Antunes, escreveu: aprendi com meu filho de dez anos que poesia é a descoberta das coisas que eu nunca vi. A produção poética de Arnaldo, sobretudo o lançamento n.d.a, arrisca novas descobertas, novas molduras, traços e pronúncias para o poema que, há tempos, já não é mais o mesmo.