quarta-feira, junho 03, 2015

PRA BORANHÉM

Depois de muito ouvir, agora com o LP do recorde de devoluções: Araçá Azul, lançado em fevereiro de 1973. Mais que um disco, um obejto de arte. Um disco para Entendidos, leitura obrigatória na (in)disciplina literária. Sugar Cane Fields Forever - Vem Comigo no trem da Leste Pra Boranhém.


quarta-feira, maio 27, 2015

TUDO FIGURA INDICADO AO PRÊMIO AGES

O livro Tudo Figura, de Diego Petrarca, foi  indicado finalista ao prêmio AGES, organizado pela Associação Gaúcha de Escritores Tudo Figura foi lançado pelo IEL em dezembro de 2014 e está disponível nas livrarias Palavraria e Sapere Aude Livros, em Porto Alegre, também na sede do Instituto Estadual do Livro


domingo, maio 24, 2015

EDUCAÇÃO SENTIMENTAL - 30 ANOS


Há exatos 30 anos o Kid Abelha, lançava seu segundo disco, Educação Sentimental, ainda com Leoni, fundador conceitual da banda. Isso foi alguns meses após a apresentação do grupo no primeiro Rock in Rio. É um clássico do Brock dos anos 80 e o repertório traz canções emblemáticas tanto nas faixas mais melódicas como nas mais embaladas pelo rock.

Um dos melhores discos do Kid Abelha e com um perfil da banda mais visceral, mais concentrado (Paula Toller ainda de cabelos curtos não aloirados e voz adolescente, deliciosamente não maliciosa mais ainda sim sensual, ela própria mais despojada e sem a preocupação em parecer bonita, além das suas parcerias com Leoni que são a medula do Kid Abelha. No disco, Leoni até que aparece solo em algumas faixas). Trata-de de uma identidade e vitalidade do Kid Abelha que talvez jamais tenham recuperado, talvez pela saída de Leoni. Como se o Kid perdesse um elemento/conteúdo implacável: sua "abóbora selvagem".

Junto a Cazuza e Legião Urbana e, mais além, Júlio Barroso, esse disco me fez idolatrar o nosso Brock anos 80 hoje cultuado. Vale pena reouvir e redescobrir o álbum. E se não bastasse o release era de Caetano Veloso, seguem alguns trechos:


- Quando ouvi pela primeira vez a voz de Paulinha no rádio do carro, eu me senti fascinado: estava diante de um fato nu, terno, delicioso e assustador – uma nova geração. Foi emocionante também vê-la cantando com Chico, que contou ter sido Rubem Braga quem lhe chamou atenção para ela. Ela tem um charme discretíssimo.

-Para mim tem sido sempre maravilhoso ouvi-la cantar “Como eu quero”. É curioso que o grupo tenha escolhido o adjetivo “selvagem” para compor o nome nonsense que elegeu para si. Ninguém menos selvagem do que esses garotos urbanos e limpos.

-O que é “selvagem”? Como um eco do passado, a palavra surge aqui indicando a natureza da origem desse acontecimento. O som do Kid é selvagem. O fato de ele às vezes ser interpretado como neo-careta é um engano muito fácil para não ser suspeito.

- O primeiro estímulo para escrever estas notas me veio de um trecho da letra de uma das canções em que o Leoni sola como vocalista. Trata-se da não aceitação (em forma de dúvida) da ideia de que ele chegou atrasado para um Rio de Janeiro realmente bom.

sexta-feira, maio 22, 2015

OFICINA LITERÁRIA - MARÇO/MAIO

Encontro final com a turma da oficina literária na Sapere Aude! Livros, entre os meses de março a maio, leituras textos produzidos tendo a intertextualidade como ponto de partida. Com Maria Elizabeth KnopfTeresinha Paz PereiraAuber FioravanteDênia DaRosa e Lucas Victorino. Agradeço a equipe da livraria pelos registros. Segue o ebook produzido pelo aluno Auber Fioravante da produção do curso: http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5322431




segunda-feira, maio 11, 2015

DOIS EM ZH

Poema publicado em ZH, Dois, uma edição de dois poemas num só, dois pedaços em duas vozes. A poesia nossa de cada dia.   Registro sempre atento do escritor Robertson Frizero.


quarta-feira, maio 06, 2015

LADODENTRO ENTREVISTA: ANTONIO CÍCERO




Antonio Cícero é poeta e filósofo e, embora considere essas atividades opostas, consegue a proeza de transitar livremente entre os dois códigos. Através da poesia, Antonio Cícero tornou-se um dos principais letristas da MPB em suas parcerias com a irmã Marina Lima, desde o primeiro disco da cantora, Simples Como Fogo, de 1979, Cícero é o letrista da maioria das canções gravadas por Marina, é autor de sucessos como Pra Começar, Charme do MundoVirgem, À Francesa, Maresia, Eu Vi o Rei, Acontecimentos, Fullgás, entre outras dezenas de canções. Existem parcerias recorrentes também com João Bosco, Caetano Veloso, Adriana Calcanhotto, Orlando Moraes.  Antonio Cícero é também um dos porta vozes do Rock Brasil, além de poeta atuante e um dos mais relevantes da geração 90. Ele sempre disse que só publicou poesia em livro mais tarde pois já sentia-se publicado nos discos, uma vez que uma multidão cantava em alto e bom som suas palavras num ginásio lotado.

Na poesia livresca, Cícero publicou Guardar (1996), A Cidade e os Livros (2002), Porventura (2012). Seu livro O Mundo Desde o Fim (1991) apresenta seu pensamento filosófico e o livro Finalidades sem Fins (2006), reúne artigos e ensaios onde poesia, canção, letra e filosofia são assuntos essenciais. Desde que Marina Lima sapecou o poema Canção da Alma Caiada da sua gaveta, sem o consentimento do autor, e a transformou em canção, o autor de  Último Romântico (parceria com Lulu Santos) vem produzindo poemas que migraram das páginas para os discos, estreitando a relação poesia e letra de música e um conteúdo lírico e reflexivo capazes de tornar Antonio Cícero um dos pensadores contemporâneos mais importantes do país, seu trabalho ganha destaque como filósofo aliado ao seu trabalho de poeta da canção e do livro. 

Cícero não hesita em publicar em livro uma letra de canção e torná-la mais que letra de canção, também um poema para ser lido sem o suporte da melodia e ainda assim emocionar o receptor. Segue uma entrevista inédita exclusiva para o LADODENTRO em que o poeta reflete de forma preciosa sobre os ofícios da nossa poesia. Segue o blog do entrevistado: http://antoniocicero.blogspot.com.br/.


Duas ou três utilidades da poesia como arte crucial no mundo pós utópico. 

De certo modo, a verdadeira utilidade da poesia é nos transportar para uma dimensão da existência em que a utilidade não conta. Em praticamente toda a nossa vida, damos valor às coisas segundo a sua utilidade. É na medida em que uma coisa serve para tal ou tal coisa, na medida em que ela é um meio para outra coisa, que ela tem valor. Na poesia – e, de maneira geral, na arte – não é assim. Como a brincadeira ou o jogo, a poesia, de maneira geral, não serve para nada. O que ela faz é mobilizar e fundir de modos surpreendentes todas as nossas faculdades: intelecto, imaginação, sensualidade, sensibilidade, razão etc. Nela, espírito e matéria se confundem. Desse modo, ela nos proporciona um outro modo – não utilitário – de apreensão do ser.

Como você percebe a ideia de gerar outros suportes para a veiculação do poema (assim como a canção), cartaz, vídeo, outros recursos para além do livro?

Muitas vezes olhamos para um poema e ele nada nos diz. Aí, um dia, quando menos esperamos, olhamos para o mesmo poema e ele nos parece maravilhoso. É que, no primeiro dia, estávamos fechados para a poesia, ou para certa poesia; estávamos fechados para essa dimensão não-utilitária da existência e da linguagem; já no outro dia, estávamos abertos para ela. Ora, não podemos prever quando ocorrerá a nossa abertura à poesia. Veicular a poesia em outros suportes torna mais possível que ocorra esse encontro entre o poema e o momento em que o sujeito esteja aberto para a poesia. Assim, eles criam a possibilidade de que, de repente, alguém que nunca ligou para a poesia, descubra a maravilha que ela pode ser.

As aproximações entre poesia e canção não são mais novidade. Você, que escreve para o canto e para a página e aproxima tão bem a poesia cantada e a poesia de livro (letras impressas em livros de poesia) pode traçar outras informações sobre criação entre essas duas áreas de atuação?

 Originalmente, toda poesia lírica era canção. Com a escrita, tornou-se possível separar as palavras da música. A poesia escrita se tornou um gênero importante, que possibilitou novos tipos de expressão. Mas o parentesco entre poesia escrita e letra de música permanece. Apenas, a letra existe para fazer parte de uma canção. Não é lícito julgar uma letra independentemente da canção de que faz parte. Já a poesia escrita existe para ser lida por si. Em outras palavras, esta é autotélica (tem o fim em si mesma); aquela é heterotélica (tem seu fim fora de si, na canção).
  
A poesia no mercado editorial é sempre complexa, na sua opinião a poesia deve cada vez mais sair do livro e ganhar outros suportes? você acha que isso pode gerar um número de leitores mais expressivo?

 A poesia escrita é um gênero que jamais morrerá. Para mim, ela é a mais importante forma de poesia que existe. Isso não importa que ela possa ser lida em voz alta, cantada etc. Mas, para mim, a mais importante forma de fruição da poesia é a leitura individual. Um poema escrito num cartaz num ônibus, por exemplo, está disponível a todos os passageiros, mas é fruída (ou não) por cada um individualmente.

Das figuras de linguagem úteis ao poema, qual você utiliza ou mais tende a utilizar?

Que eu saiba, uso praticamente todas. Mas não sou a pessoa mais indicada para falar da poesia que escrevo.  Outros o fazem muito melhor. Aliás, na semana passada foi lançada pela Editora da UERJ uma coleção de livrinhos chamada “Ciranda da poesia”. Um deles, escrito por Alberto Pucheu, é sobre os poemas que escrevo. Sou suspeito, é claro, mas achei-o maravilhoso.

De toda a tentativa de experimentação poética, desde o Modernismo de 22, passando pela poesia Concreta e seus desdobramentos para além do verbal, o que se pode aproveitar na poesia feita hoje em dia? uma liberdade criativa?

 Sim. O grande legado de tudo isso foi a liberdade criativa. É possível usar qualquer uma das formas criadas no passado, é possível modificar essas formas, e é possível inventar novas formas. Para o poeta, essas formas são como as palavras, que ele escolhe de acordo com a finalidade que se impõe.

A letra poema “Eu vi o Rei”, musicada por Marina, você mencionou no filme “Palavra Encantada” ter sido feita a seu pai, mas em momento algum isso é mencionado na letra. Comente essa possibilidade que a poesia tem de dizer o indizível.

 É que tudo na poesia fala: as palavras, os sons das palavras, os sons das combinações das palavras, os ritmos, as formas do poema, das estrofes, dos versos, os significados explícitos, implícitos, metafóricos, alusivos das palavras e das combinações das palavras etc.; e cada uma dessas coisas interage com as demais, de modos surpreendentes.

A filosofia é uma forte área de atuação sua. Em que medida a poesia e a filosofia se encontram enquanto motor criativo, ao menos ambas tendem a uma interpretação do mundo idealizada. Ou são incompatíveis? 

Para mim, são coisas muito diferentes. A filosofia pretende vir principalmente da razão e do intelecto. A poesia pode vir de toda e qualquer faculdade.  

A poesia de Antonio Cícero feita recentemente tem alguma marca nova? uma nova abordagem? ou são reflexos dos mesmos temas, inquietações, isto é, existe alguma nova matriz em sua poesia? 

Talvez; mas, com eu disse, não sou a melhor pessoa para falar da poesia de Antonio Cicero. Alberto Pucheu o faz muito melhor, no livro que já mencionei.  




APARÊNCIAS
Não sou mais tolo não mais me queixo:

enganassem-me mais desenganassem-me mais

mais rápidas mais vorazes e arrebatadoras

mais volúveis mais voláteis

mais aparecessem para mim e desaparecessem

mais velassem mais desvelassem mais revelassem mais revelassem
mais eu viveria tantas mortes
morreria tantas vidas
jamais me queixaria
jamais.


-do livro Porventura, 2012



quinta-feira, abril 30, 2015

CAETANO LIDO E CANTADO

Bate papo com Diego Petrarca sobre o texto e repertório de Caetano Veloso no espaço Aldeia. No dia do níver de Nanni Rios, audição de canções e reflexões sobre a escrita desse artista que completa 50 anos de carreira em 2015, os participantes estavam atentos à seleção de canções lado B do vasto repertório de Caetano e curiosidades sobre a elaboração das canções. O espaço Aldeia é lugar ideal para a atividade cultural, veio pra ficar.




 




sexta-feira, abril 24, 2015

LIVROS NO DIA

Ontem, no dia mundial do Livro e da Leitura (Salve Jorge!), sugeri uma atividade bacana na escola: uma foto impressa (era pra ser tipo 3x4) com alguns livros queridos/preferidos para expor no mural. Alunos e professores deram sua contribuição. É claro que tive que contribuir, como não é possível ver na imagem todos os títulos, seguem as obras usadas para o clique:

- Queda da América - Allen Ginsberg - L&PM - 1971 (edição de 1984)
- O Ovo Apunhalado - Caio Fernando Abreu - Agir - 1975 (edição de 2008)
- Tudo Figura - de um TAO Diego Petrarca - IEL - 2014


quinta-feira, abril 09, 2015

REVISTA SUBVERSA IMPRESSA

Edição impressa da Revista SubVersa, organizada por Morgana Rech e Tânia Solano Ardito, pela Editora Patuá. Trata-se de uma compilação de poetas do Brasil e de Portugal que colaboraram com as edições virtuais desse projeto literário de alto nível poético. Colaboro com um poema chamado A e que já foi recitado em bom sotaque lusitano numa das incursões da Revista SubVersa em Portugal. Confere lá:http://canalsubversa.com/?page_id=1450


terça-feira, março 31, 2015

MANUSCRITOS DE RENATO RUSSO

A editora Companhia das Letras está para lançar as anotações de Renato Russo que, segundo informações do site http://is.gd/nODXiF, trata-se de um diário inédito com textos do poeta enquanto estava se recuperando numa clínica durante um tratamento contra o alcoolismo, nos idos de 1993. São textos, desabafos, anotações, exercícios de cartas para si mesmo.

Essa história está mencionada na canção Só por Hoje que fecha o disco O Descobrimento do Brasil e segundo o próprio autor, dá a resposta para a canção Vinte e Nove, que abre o disco. Todo escrito de Renato Russo despertava curiosidade e por mais que esteja ligado a uma esfera íntima, não será surpresa se entre os escritos encontrarmos uma fagulha poética muito apropriada para uma das suas letras e canções. Segue um exemplo abaixo. Vamos aguardar! 


segunda-feira, março 30, 2015

LANÇAMENTO DE AINDA É CÉU

Algumas das inúmeras lindas fotos do lançamento de Ainda é Céu, obra da minha amiga Gabriela Silva. Tive a honra de bater um papo literário com a autora (e claro, ler uns poemas) ao lado do genial Jeferson Tenório e ver a presença de pessoas queridas naquele dia. E com direito a um selinho ( e outro de Andreia Laimer) para brindar tudo isso: amor demais amigo!







quinta-feira, março 26, 2015

PORTO ALEGRE EM OUTROS OLHARES

O jornal Zero Hora, através do jornalista Francisco Dalcol, reuniu alguns artistas e poetas para fazer um registro sobre Porto Alegre que hoje está de aniversário. O resultado ficou lindo e as variadas impressões inspiradas dessa cidade adorada seguem aqui. O poemeu Porto Alegre: deste retrato é inédito e foi escrito especialmente para este belo projeto. Confira lá: http://is.gd/NemefL





sábado, março 14, 2015

FOTOVELÔ

Setembro de 1999, durante o segundo ano da turnê de Prenda Minha (em que havia a canção Linha do Equador no repertório) dia do primeiro encontro e bate papo com Velô. Um autopresente para sexta que vem. Dois sorrisos combinando camisas.


quarta-feira, fevereiro 11, 2015

SARAU GENTE DE PALAVRA

Sarau da Revista Gente de Palavra ontem no excelente Café Cartum em homenagem a Diego Petrarca organizado pela equipe da revista, com direito a uma edição personalizada com os livros, fotos, informações e leituras de poemas dos livros Cada Coisa e Tudo Figura, um pessoal verdadeiramente empolgado com a palavra celebrando a poesia falada em alto e bom som. Uma super articulada homenagem, Diego Petrarca costuma colaborar no conselho editorial da revista Gente de Palavra. E o Café Cartum é o mais novo espaço cultural na Cidade Baixa, e com direito a café servido na hora! 

Evoé!








quinta-feira, janeiro 29, 2015

NO CAFÉ CARTUM



ESCRITA DE MANOEL DE BARROS

Finalização da Oficina Literária na Sapere Aude! Livros, sobre a escrita de Manoel de Barros, com Maria Elizabeth KnopfMarcelo Martins, Bernadete Saidelles e Paulo Rodrigo Ohar. Textos excelentes inspirados na técnica do poeta pantaneiro.