quarta-feira, novembro 11, 2009

SARAU BEAT NA FEIRA


No dia 09 de novembro de 2009, na Feira do Livro de Porto Alegre, aconteceu o sarau Os Beats Batem Lata, na Tenda da Pasárgada. Diego Petrarca, Andréia Laimer, Cris Cubas e Lorenzo Ribas, lerem autores da literatura beat norte americana aproximando-os de algumas temáticas comuns a autores latinos. Ginsberg, Galeano, Kerouac, PivaAgrippino de Paula, Leminski, Wally Salomão e Ferlinghetti, foram alguns dos literatos lidos na noite de segunda-feira. O sarau, entre leituras e comentários, durou pouco mais de uma hora e recebeu um bom público para a proposta do evento.






Talvez essa costura Beat com autores latinos soe estranha a princípio, porém, eu próprio, assim como os colegas de sarau, reconhecemos coincidências nessas aproximações: a postura beat é comum a recusa latina a uma certa ordem norte americana. Por aí foi nosso fio. E do mesmo modo que Galeano soe demasiadamente político num sarau literário, o comportamento de autores  beats também americanos aponta uma concepção estética mais do que política. Como se uma certa tendência a esquerda encontrasse dicção a um olhar marginal, produzindo um resultado onde importa mais a linguagem do que o discurso politiqueiro. A ideia da recusa existe tanto na poesia beat como nas ideologias da esquerda latina. O sarau foi apresentado dessa forma. Por fim, palma e plumas de uma platéia atenta e ao mesmo tempo sedenta por mais leveza.






segunda-feira, novembro 09, 2009

NO BUS


A Coordenação do Livro da Prefeitura de Porto Alegre divulgou os autores que estarão na edição de 2009 dos Poemas no ÔnibusDiego Petrarca está entre eles. Em 2010, os poemas passam a circular. Em 2008 o poema Mais que a sede também circulou entre os coletivos da cidade.

Além do cartaz no ônibus, é também lançada uma antologia com os poemas escolhidos.




quarta-feira, novembro 04, 2009

CIDADE CINEMA: POEMA


A contracapa do Segundo Caderno do jornal Zero Hora dessa quarta-feira, 04 de novembro, divulgou o projeto Cidade Poema no cinema. Ao longo desse mês, esses autores estarão em minimetragens declamando textos antes da exibição do filme. Diego Petrarca lê um seu e outro do poeta Carlos Vogt.


sexta-feira, outubro 30, 2009

POEMAS NO ELEVADOR


Esses poemas estão nos elevadores do Shopping Total de Porto Alegre desde o dia 29 de outubro. Integram o projeto Cidade Poema. No início do ano alguns poemas (como este de baixo) circularam nos ônibus da cidade, na parte externa, onde vão as propagandas. Esses poemas já foram postados aqui no blog com a arte que foi para o ônibus.
 Agora eles estão impressos em outros suportes visuais, para além das páginas dos livros, como é a intenção do projeto encabeçado por Laís Chaffe. Além de elevadores, os poemas estão também nos espelhos dos banheiros (femininos) do shopping. 
O projeto Cidade Poema (http://www.cidadepoema.com/) também irá veicular nos cinemas do mesmo Shopping Total, durante um mês, pequenos vídeos exibidos como as vinhetas antes do filme iniciar, onde os autores desses poemas impressos aqui dizem seus textos na tela. Confiram então os poemas no elevador e  nos cinemas.
Os adesivos também estarão disponíveis na exposição dentro da.Casa do Pensamento, no cais do porto, durante a programação na Feira do Livro 




quinta-feira, outubro 22, 2009

AGORA É QUE SÃO ELAS - 25 ANOS

O livro Agora é que são elas, lançado em 1984, por Paulo Leminski, está completando 25 anos. Aqui vai uma mínima mostra do que é essa maravilha criativa em termos de linguagem e des-estrutura na concepção de um romance. Abaixo, a  capa e um trecho do livro.


— A glória é o aplauso dos pais, disse Propp, me dando um tapinha na bunda, e me impelindo para o salão, onde entrei sob cataratas de palmas, que agradeci comovido, até descobrir. Eram para Norma, que descia as escadas, lá vai ela deliciar os presentes com tudo o que cantava.

— Enfim, alguma coisa acontece nesta festa, ouvi uma senhora dizer ao meu lado, perua esticando o pescoço para a banda do vento donde vinha carne fresca.

Nesse momento, o cheiro de coisa queimada, e senti como é duro o caminho até lá, até a sabedoria, se é que essa porra existe.


[parte 4, capítulo 15 Agora é que são elas]

LEMINSKEROUAC




vida e morte
amor e dúvida
dor e sorte

quem for louco
que volte

p.leminski

Dois poetas esse ano são lembrados por suas partidas: Paulo Leminski e Jack Kerouac. Leminski em 1989 e Kerouac em 1969. 20 e 40 anos eternizam esses dois poetas nesse 2009. A propósito, no Itaú Cultural, em Sampa, está ocorrendo uma mostra sobre Leminski, o link abaixo dá uma provinha:


Lembrar da ida desses dois autores, dois poetas tão ligados a seu tempo e responsáveis por caminhos que a poesia de hoje persegue, e lembrar também da obra e importância dessas mentes geniais, fundamentais para uma formação/informação poética contemporânea.


COMPORTAMENTO


O poema Comportamento saiu na ZH  dessa quinta-feira, 22 de outubro.  O texto integra a série que está compondo o volume Vinte 9. Abaixo, devidamente agrupados, três poemas que compõe Vinte 9 já publicados. Uma mostra singela do que está previsto nos poemas novos, inéditos e outros nem tanto.


quarta-feira, outubro 07, 2009

CIDADES NO LABIRINTO


Esse poema saiu na última edição da revista  eletrônica Labirinto Literário. Integra a série sobre cidades. Em junho outro poema da mesma série já havia saído na mesma revista. Confiram o blog do Labirinto:

sábado, outubro 03, 2009

SHOW DE ARNALDO ANTUNES



No dia 01 de outubro de 2009, Porto Alegre recebeu o show de lançamento do disco novo do poeta Arnaldo Antunes no bar Opinião. Marcado para as 23:00, o espetáculo só começou por volta da meianoite. Basicamente, o show apresentava as canções de Iê iê iê, lançado agora em setembro. Arnaldo estava de terno, assim como o resto da banda, e de óculos escuros, um figurino provocando aquilo que se chamaria convencionalmente de Iê iê iê. Ao fundo, inúmeras camisetas estampadas mostravam a variedade de slogans que a cultura pop oferece: de Che Guevara a PUCRS.
Dois momentos lindos do show: No primeiro bis, quando o poeta relembrou a canção Socorro, gravada antes por Cássia Eller e regravada por Arnaldo no disco UmSom, de 1998. Ao todo foram registrados 3 voltas ao palco, o que significa que a plateia estava empolgada e Arnaldo bem a fim de prosseguir. Outro momento foi a descida de Arnaldo junto a plateia, cantando e pulando junto com as pessoas. O show do Opinião em Porto Alegre foi um dos primeiros da turnê do disco novo, o suficiente para garantir o feeling da recepção público/novas canções. Talvez alguma música mais antiga, alguma dos Titãs feitas por Arnaldo, pudessem dar ainda mais uma vibração ao show. Mas estava tudo lindo e saltitante. A intenção de Arnaldo era resgatar a expressão Iê iê iê como marca de um início do que veio a se chamar Rock aqui no Brasil, um tipo de retorno a Jovem Guarda e também ao que os Titãs tentavam fazer no iníco de carreira: música para balançar ouvidos, letras espertas e sem sofisticação poética exagerada, apenas pequenos achados iluminados.

Antes do show, assisti a passagem de som e troquei um papo com Arnaldo sobre poesia e seus novos projetos na área, além de um registro inédito de um dos seus poemas do livro Nada de Dna, incluído na antologia Como é que chama o nome disso, de 2006. Arnaldo adiantou que em breve lançará um novo livro. Em sua performance no Santader Cultural aqui de Porto Alegre, já havia marcado esse papo com ele de antemão.

Abaixo uma das novas letras de Iê iê iê, depois um video registrado por Andréia Laimer, que estava comigo,  da canção Socorro, no exato momento do show.

A Casa é Sua

Não me falta cadeira
Não me falta sofá
Só falta você sentada na sala
Só falta você estar

Não me falta parede
E nela uma porta pra você entrar
Não me falta tapete
Só falta o seu pé descalço pra pisar

Não me falta cama
Só falta você deitar
Não me falta o sol da manhã
Só falta você acordar

Pras janelas se abrirem pra mim
E o vento brincar no quintal
Embalando as flores do jardim
Balançando as cores no varal

A casa é sua
Por que não chega logo?
Até o teto tá de ponta-cabeça
Porque você demora

A casa é sua
Por que não chega logo?
Nem o prego aguenta mais
O peso desse relógio

Não me falta banheiro, quarto
Abajur, sala de jantar
Não me falta cozinha
Só falta a campainha tocar

Não me falta cachorro
Uivando só porque você não está
Parece até que está pedindo socorro
Como tudo aqui nesse lugar

Não me falta casa
Só falta ela ser um lar
Não me falta o tempo que passa
Só não dá mais para tanto esperar

Para os pássaros voltarem a cantar
E a nuvem desenhar um coração flechado
Para o chão voltar a se deitar
E a chuva batucar no telhado

A casa é sua
Por que não chega logo?
Até o teto tá de ponta-cabeça
Porque você demora

A casa é sua
Por que não chega logo?
Nem o prego aguenta mais
O peso desse relógio



segunda-feira, setembro 14, 2009

CAJUÍNA DE TORQUATO

Caetano Veloso fala de Torquato Neto, ao explicar a elaboração de Cajuína, canção que está no disco Cinema Transcendental, de 1979. Este vídeo é do Programa Livre, ainda no SBT, de 1999. Torquato foi um dos pricincipais articuladores e poetas do Tropicalismo e pós-tropicalismo também. Certamente, uma das referências  mais reluzentes da poesia contemporânea brasileira a partir dos anos 70.

Evoé Torquatália!


terça-feira, setembro 08, 2009

DÉIA





27 de março, o nosso abraço. início de abril. depois, o avião que partiu. o resto de abril, maio. fim de maio em sampa e junho inteiro. julho eu já estava mais pra lá, mais pra cá só comigo. veio agosto, uns setembros a mais. um ano inteiro de agora condensando semanas. semanas como anos a mais. quem ia imaginar?
talvez eu tenha soprado esse desejo aos anjos. minhas asas voam mas as fibras são tensas. sempre tensas. quando o corpo sente que o outro falta é quando o corpo significa. signos de elementos água e fogo. é bem provável: fogo ascendente em água. tão perto e longe. a voz, o canto, a fala, a conversa, o toque de mãos. a conversa extensa tensionando línguas. o medo o receio. insistência. invasão. não confundir com desrespeito. em nome do respeito alguns desastres. venha dormir em casa. desastrado pela pressa de não perder mais uma vez. tão perto e longe. talvez eu não devesse. talvez eu só quisesse. o certo é que não quero não devo não posso perder tempo. o tempo é mais alto quando repartido em sóis, em fins de tarde. em ervas de água quente. em ervas de tragar. devolver a boca em beijo. há uma beleza nisso. saber chorar a dois. deixar-se chorar como parte do diálogo. tantas coisas ao mesmo tempo. não cabe apenas o deslumbramento. bandeira: alumbramento. as letras. bom é ficarmos sós sem estarmos sós. tantas palavras. a palavra como início sem deixar escrita a palavra fim. a palavra sins. a sua coisa é toda tão certa. falar de déia na terceira pessoa. as rosas recolhidas rua afora. o ano de 2008. as pitangas tem perfume. somente a água não deixa a sede sem resposta. ela me disse. dona do seu sistema. eu sei - é tudo sem sentido. quero sempre essa força que vem antes de me conhecer. estar contigo é o bastante. a música toma o lugar da parede. nosso espaço para mais abraço. sensível tanto ou mais que eu mesmo em mim. tua palavra escrita me reescreve. o que é um beijo se eu posso ter o teu olhar. letras impressas no telefone. erva cidreira e mate de manhã. o café da manhã é extensão do amor feito de noite. café mascavo. café entre nossas vírgulas nas dobras das conversas, longas e longes. café para colar lábios e dentes. gotas de saliva miradas no rosto. não só poema: poesia. não apenas poesia: poética. frutas e as cores da salada. ambrosia em comum. leveza e ansiedade. eu quero muito mais. deixar-me estourar espinhas, deixar-me mastigar devagar. carinho lento demorando. eu quero ainda mais. agora sei: estamos fundos. juntos. bejios e cheiros e lindos momentos. como já dizia djavan. o meu melhor amigo é a minha namorada. culinária literária. linguagem em nossos quatro cantos. e os pés, sempre os pés mais perto, para sonos e abraços, como início de maiores delícias. nhé! teus pés inauguram tua beleza. se me deixo pisar é porque também sei fugir. nunca me deixo. as canções de minas. mais ainda porto alegre aos domingos de sol na cara: o sol na cabeça. as letras das canções. um dia desses eu me caso com você. o texto manuscrito no papel. o rabisco como marca. os desenhos. rasuras de dentro expulsas a limpo. quem modelou teu rosto? deixar a desordem certa de tuas coisas arrumadas pela ordem errada da minha organização. minhas unhas escrevem nas tuas costas: coca. e se você viesse antes, dentro de um dos três tempos. quando eu calo eu te pressinto. a parte mais carícia do carinho.quando te vejo dormir.eu sou um homem comum. essa foto quando pequena. criança que as vezes reconheço num jeito de olhar, num sorriso recuperado dessa época. sigamos juntos. beleza? branca e rosa. esse texto é só pra dizer. e diz. que nunca nos disperdicemos. a mais bonita. eu espalho o meu rosto no teu jeito de me olhar. amar esse amor com essa tal urgência. eu nunca te disse, mas agora saiba. tudo de ti é tão de dentro. noel em nós. o mar. a praia. o texto dobrado dentro da garrafa. pêlos desse peito como travesseiro. ana c. em nós. quando você diz. mogi, contigo eu moro em mim. eu admito com mais sins. ninguém pode silenciar o vento.

déia, daqui de dentro.

MAGAZINE BRASIL


O poema Vinte 9 saiu no site http://www.3ammagazine.com/brasil/ nessa terça-feira, através da editora e autora Jana Lauxen. O site também tem uma versão em língua inglesa. Confiram esse e outros trabalhos nesse site literário, além de poesia, prosa, entrevista e afins.

quinta-feira, agosto 27, 2009

GINSBERG NA VOZ DE RAMIL



Vachel, as estrelas se apagaram 
a escuridão caiu na estrada do Colorado 
um automóvel arrasta-se lento na planície 
pelo rádio ressoa o clangor do jazz na penumbra 
o inconsolável caixeiro viajante acende um cigarro 
Há vinte e sete anos em outra cidade 
eu vejo sua sombra na parede 
você de suspensórios sentado na cama 
a mão de sombra encosta uma pistola na sua cabeça 
seu vulto cai no assoalho. 



Musicado por Vitor Ramil no dico Tambong, de 1997.

terça-feira, agosto 11, 2009

VINTE 9


O poema Vinte 9 saiu em ZH desta terça-feira, 11 de agosto. O texto é parte de um conjunto inédito de poemas que estou preparando, cujo nome é exatamente esse: Vinte 9. O título, parte numeral parte verbo, pode ser esclarecido com uma dica: nasci em 1980 e estamos em 2009. Porém, com certeza o poema vai além disso.



segunda-feira, agosto 10, 2009

ENGENHOCA VERBAL





Esse poema, do poeta inglês W. H. Auden, são as questões cruciais da criação poética (e até mesmo, quem sabe, por que não, de toda poesia?). Isso que ele chama de "engenhoca verbal", é simplesmente o único recurso-ferramenta que os escribas tem para tais perguntas: a linguaviagem, para lembrar Haroldo.


Aqui está uma engenhoca verbal. Como funciona?
Quem habita esse poema?
Qual o seu ideal de vida e de lugar?
Com quem pensa falar?
O que esconde do leitor?
O que esconde de si mesmo?
Que lição quer me passar?

A Mão do Artista, W. H. Auden

quinta-feira, agosto 06, 2009

ORIGINAL DE GINSBERG





Manuscrito de Allan Ginsberg, mais que um poema: uma peça rara de literatura pós-beat. Eis a tradução:

Linhas para a orelha de Creeley's

O peso
de tudo
é demais

meu coração
subterrâneo
martelando
sorrateiramente

dor de cabeça
por fumar
o momento

ler
a vsita de cima
de Karnapp Buddha
esta noite

tradução: Andréia Laimer

quarta-feira, julho 29, 2009

UM DE GULLAR





Aprendizado


Do mesmo modo que te abriste à alegria
abre-te agora ao sofrimento
que é fruto dela
e seu avesso ardente.

Do mesmo modo
que da alegria foste
ao fundo
e te perdeste nela
e te achaste
nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão

que a vida só consome
o que a alimenta.



De Barulhos (1980-1987)

SEGUNDA E TERÇA



Nessa segunda, 27 de julho, fui com minha amiga e colega literária, Gabriela Farias, falar sobre a 39 Antologia da Oficina Literária da PUCRS, a ser lançada agora no sábado, 01 de agosto, no programa de rádio Gaúcha Entrevista . A convite de Gabriela, falei sobre ter sido um aluno da oficina e a importância dela como um certo rito de passagem para a atividade literária criativa. Demos o recado.


E nessa terça, dia 28 de julho, Fernando Ramos, do jornal Vaia, organizou uma leitura paralela aos eventos (oficinas, palestras)do Festival de inverno da Secretaria Municipal de Cultura. A leitura era com textos de Cortázar e Edgar Alan Poe. Eu estava na lista dos leitores, mas por motivos de força maior não pude comparecer, pior pra mim. Mas os colegas deram o recado, fazendo minha ausência praticamente desapercebida.


terça-feira, julho 21, 2009

BREVÍSSIMOS - Nº2



 


Eu já havia postado um texto comentando sobre a forma breve que estão na composição de alguns poemas. No texto mencionava que, no Brasil, o haicai, foi muito produzido por dois autores: Paulo Leminski e Alice Ruiz. Pode-se dizer que esses dois contribuíram muito para a divulgação do gênero no país, embora muitos outros autores tenham praticado haicais, inclusive rompendo com a forma tradicional das sílabas e da temática da natureza. Mas existem outras formas breves que não tem o propósito de inaugurar um novo gênero ou forma de poesia. Simplesmente são breves, tendem a condensação dos sentidos,da síntese e na rapidez da leitura. O próprio poema já é uma forma breve se comparado a prosa, mas ainda é possível reduzir o poema a poucos versos sem perder a capacidade de abstração ou profundidade.


O haicai é a forma mais conhecida de poema breve, mas ainda existe o epigrama, por exemplo, uma frase, um verso, expressando um sentido que vai longe. Os poemas postados aqui são de Alice Ruiz e Paulo Leminski. Esses com letras coloridas pertencem a um livro chamado Hai Tropikais, publicado em 1985 em formato livro-cartão, o volume reunia haicais de Alice e Leminski.













Os outros poemas são retirados de livros de Alice Ruiz para exemplificar a forma breve sem necessariamente ser o clássico haicai. O poema breve é uma prática da poesia moderna, pode-se dizer, já era praticado nos anos 20 por Oswald de Andrade e não tinha como modelo o haicai japonês, a possibilidade de se criar uma forma breve sem ser um haicai tradicional, é como esse exemplo:


AMOR
HUMOR


Esse poema de Oswald é a máxima enxutez de um poema, ao menos no período em que foi criado. Na prática poética contemporânea muitos foram os autores que desenvolveram a forma breve: poemas de uma linha, de uma palavra, de dois, três versos. Nesse sentido a forma breve é cabível em inúmeros formatos, podendo o autor inventar o seu e estabelecer um critério seu. Além do mais, a forma breve chama a atenção por aglutinar som sentido e reflexão a partir de poucas letras, como pequenas pérolas, pontos iluminados na página.
Sejamos breves
e não menos profundos.









segunda-feira, julho 20, 2009

POEMA NO VAIA


O poema Reticentes (em parceria com a poeta Andréia Laimer) saiu na última edição do jornal Vaia, confiram: A partir da idéia de concentrar o poema em pequenas peças, brevíssimos profundos. Formas breves tem extensa dicção.