terça-feira, julho 21, 2009

BREVÍSSIMOS - Nº2



 


Eu já havia postado um texto comentando sobre a forma breve que estão na composição de alguns poemas. No texto mencionava que, no Brasil, o haicai, foi muito produzido por dois autores: Paulo Leminski e Alice Ruiz. Pode-se dizer que esses dois contribuíram muito para a divulgação do gênero no país, embora muitos outros autores tenham praticado haicais, inclusive rompendo com a forma tradicional das sílabas e da temática da natureza. Mas existem outras formas breves que não tem o propósito de inaugurar um novo gênero ou forma de poesia. Simplesmente são breves, tendem a condensação dos sentidos,da síntese e na rapidez da leitura. O próprio poema já é uma forma breve se comparado a prosa, mas ainda é possível reduzir o poema a poucos versos sem perder a capacidade de abstração ou profundidade.


O haicai é a forma mais conhecida de poema breve, mas ainda existe o epigrama, por exemplo, uma frase, um verso, expressando um sentido que vai longe. Os poemas postados aqui são de Alice Ruiz e Paulo Leminski. Esses com letras coloridas pertencem a um livro chamado Hai Tropikais, publicado em 1985 em formato livro-cartão, o volume reunia haicais de Alice e Leminski.













Os outros poemas são retirados de livros de Alice Ruiz para exemplificar a forma breve sem necessariamente ser o clássico haicai. O poema breve é uma prática da poesia moderna, pode-se dizer, já era praticado nos anos 20 por Oswald de Andrade e não tinha como modelo o haicai japonês, a possibilidade de se criar uma forma breve sem ser um haicai tradicional, é como esse exemplo:


AMOR
HUMOR


Esse poema de Oswald é a máxima enxutez de um poema, ao menos no período em que foi criado. Na prática poética contemporânea muitos foram os autores que desenvolveram a forma breve: poemas de uma linha, de uma palavra, de dois, três versos. Nesse sentido a forma breve é cabível em inúmeros formatos, podendo o autor inventar o seu e estabelecer um critério seu. Além do mais, a forma breve chama a atenção por aglutinar som sentido e reflexão a partir de poucas letras, como pequenas pérolas, pontos iluminados na página.
Sejamos breves
e não menos profundos.









segunda-feira, julho 20, 2009

POEMA NO VAIA


O poema Reticentes (em parceria com a poeta Andréia Laimer) saiu na última edição do jornal Vaia, confiram: A partir da idéia de concentrar o poema em pequenas peças, brevíssimos profundos. Formas breves tem extensa dicção.

quarta-feira, julho 08, 2009

CENAS DE ABRIL AUTOGRAFADO


Eis que me deparo, pesquisando livros raros na estante virtual (aliás, belo site para aquisição de raridades: http://www.estantevirtual.com.br)com a primeira edição do livro de Ana Cristina Cesar, Cenas de Abril, lançado em 1979 em edição independente e incluído alguns anos depois em A teus pés. A edição está a venda por nada menos que 850$ reais, mas além de ser uma primeira edição rara, o volume traz um autógrafo da autora, ou seja, existe ali a marca viva de Ana C. iluminando a tal edição. Delícia de se ler e ver e, sobretudo, ter.

Para quem quiser é só conferir no site da estante virtual. Eu fiquei surpreso e muito entusiasmado.


sábado, junho 27, 2009

SHOW DE CAETANO





Na última quinta-feira, 25 de junho, Caetano Veloso apresentou em Porto Alegre o show Ziie e Zie, numa única apresentação no teatro do Sesi. Fui acompanhado de Andréia Laimer (ao lado comigo e Caetano na foto abaixo), depois fomos dar uns beijos e abraços em Caetano no camarim.

O show foi basicamente o repertório do novo disco lançado em abril. Das antigas, Caetano relembrou as pérolas tropicalistas: A voz do morto Não identificado (momento em que algumas lágrimas me caíram). Eu sou neguinha Trem das cores estavam na lista de canções e foram momentos altos do show.



 No camarim, antes de encontrar Caetano, falamos com o baterista da banda, Ricardo Dias Gomes, que nos contou um pouco da turnê que vai seguir algumas cidades brasileiras.

No bis, Força estranha (mais lágrimas em mim). No meio do show Caetano não poderia de mencionar a partida de Michael Jackson, poucas horas antes de show o mundo ficou sabendo dessa e Caetano, em momento voz e violão, logo após cantar Aquele frevo axé, composta originalmente para Gal Costa, dedilhou algumas palavras da canção Bilie Jean, em referência ao astro pop, que ele gravou em 1986.
Como sempre, um show de Caetano são momentos de catarse pura e alegre: sobretudo na companhia de pessoas amadas. Bom poder contar com umas palavras e uns abraços depois de um ídolo que irá perdurar em mim por zil anos. Desde a minha formação até o fim de minhas coisas no mundo, muito inclui Caetano. Sem exageros.

A canção Lapa, do disco novo, que já era uma bela gravação no cd, ganhou força ao vivo a meus olhos e ouvidos.

Um show que se ouve com o coração e se lê com os ouvidos.

















sábado, junho 13, 2009

ANTOLOGIA O MELHOR DA FESTA




Antologia O Melhor da Festa, lançada durante a segunda edição do FestiPoa, abril de 2009, reúne a produção literária desse evento que já está sendo um marco da vida cultural da cidade de Porto Alegre, em nome da literatura. O responsável, Fernando Ramos, lançou os frutos disso já em 2008, no mês de março, e com certeza essa movimentação irá perdurar anualmente no calendário literário da nossa cidade. As atividades foram postadas aqui, em 15 de abril. Poetas, escritores, artistas plásticos, agitaram o evento durante 3 dias. A antologia registra a produção de alguns autores que estavam no evento.

Diego Petrarca está na página 25, com um poema da série Cidade Cidades.

sábado, maio 30, 2009

ESPAÇOS

O poema Educação para os Espaços foi republicado no dia 30 de maio em ZH. Confiram as duas versões lado a lado.


quarta-feira, abril 22, 2009

CIDADE POEMA






Cidade Poema é um projeto realizado pela Atena Produções, concebido por Laís Chaffe, ao longo dos próximos dez meses, serão cem outdoors e cem busdoors com poemas pela cidade. Adesivos em livrarias e vitrines, versos em bolachas de cerveja e uma série de mini-metragens poéticos são outras iniciativas já confirmadas para 2009. Berenice Sica Lamas, Diego Petrarca, Edson Cruz, Fabrício Carpinejar, Jaime Vaz Brasil, Laís Chaffe, Lau Siqueira, Ricardo Silvestrin e Susana Vernieri estão nos busdoors desta primeira etapa do Cidade Poema.

Acima os 2 poemas de Diego Petrarca que integram o projeto.

O lançamento oficial ocorre durante a FestiPoa Literária (22 a 25 de abril) – um dos vários parceiros do projeto idealizado por Laís Chaffe, jornalista à frente da Atena. A partir da quinta-feira, 23 de abril, quem for tomar uma cerveja n`A Toca da Coruja, onde estão previstas outras atividades da FestiPoa, poderá conferir bolachas com poemas de quatro autores e ilustrações de Augusto Franke Bier.

"O porto-alegrense que sair às ruas a partir de hoje (16 de abril) vai encontrar uma cidade um pouco mais poética: na noite de quarta-feira, começaram a ser colocados os primeiros de um total de 25 outdoors com um poema de Celso Gutfreind e uma ilustração de Guilherme Moojen. A iniciativa faz parte do projeto Cidade Poema, a ser lançado oficialmente na próxima semana, quando outros 15 poemas de nove autores, acompanhados por fotografias de Fernanda Bigio Davoglio, passam a circular em 30 busdoors (adesivos na parte de trás de ônibus). O objetivo é trazer a poesia para a vida cotidiana do porto-alegrense, inclusive do público menos familiarizado com a fruição e criação poética".

segunda-feira, abril 20, 2009

ZII E ZIE




Caetano Veloso lança novo disco. Das 13 canções, 11 inéditas. O último disco de 2006 , de certa forma, conduziu a produção deste último, que leva nome italiano numa tentativa de Caetano mencionar São Paulo, uma vez que as letras de Zii e Zie descrevem paisagens cariocas. Ou apenas uma desculpa pro título soar com a devida estranheza que o novo disco sugere. Com certeza o novo disco está mais experimental, Caetano quis introduzir ao samba levadas de rock, como se em vez de cavaquinho fossem as guitarras que dessem a régua e o compasso para o desenho das canções. Não é um disco que cativa na primeira audição, ruídos de guitarra, letras de uma poesia que exige uma releitura fora da canção, alguma faixas Caetano muda a voz, talvez com a intenção de intensificar a estranheza sugerida no disco.

Ao longo de 2008, Caetano fez as canções desse novo disco, aprsentando no show Obra em Progresso ao mesmo tempo em que mantinha um blog explicando o processo de composição do disco lançado este ano, mais armado ao longo do ano passado. As canções eram postadas em videos no blog, o que dava uma ideia de como o disco seria. A capa remete a um disco de rock dos anos setenta, algo obscuro que esconde nas cores neutras uma paisagem bonita.

Algumas canções se destacam, soam inclusive simpáticas no meio de tanta estranheza sonora: Sem cais, Falso Leblon (cantada sem esforço porém com resultado lindo) e Diferentemente (já cantada em shows do NortNoites do Norte, de 2001) são as melhores do disco. As facilidades pop como Tarado Ni Você e A Cor Amarela, mais fortes no som que em letra, sugere a intenção Samba di disco. A faixa de abertura, Perdeu, é a mais ousada em termos de construção, uma letra quebradiça com rock derramado nas guitarras, a peça mais exigente em tremos de audição/recepção e, não por acaso, é a faixa que apresenta o disco.

As regravações ressaltam o conceito Samda do disco, dois sambas característicos impressos em forma pop/rock, as releituras ideias de caetano para essa mescla Samba Rock. A única peça em que o cantor toca a política é A Base de Guantánamo, que é basicamente uma frase repetida com vocal sombrio.

Lobão Tem Razão e Por Quem (Caetano com agudo uivando a faixa mais lírica do disco), são canções que mostram uma nova fase na poesia de Veloso. Lapa e Menina da Ria, exemplificam a paisagem do Rio de Janeiro sem deslumbramentos que permeiam o disco.

Caetano Veloso, ao longo de seus 65 anos, e mais de quarenta de carreira, pode lançar o que quiser e como quiser, acredito que ele deva ter essa consciência, e é prazeroso ver essa liberdade num disco que não tem comprometimentos de mercado nem de modismos nem ondas do momento, é o que deu vontade de fazer concebido da forma que lhe foi a mais propícia. Essa atitude é coerente com a trajetória artística de Caetano, a estranheza que convence e cativa a medida que se vai lendoouvindo.

quarta-feira, abril 15, 2009

FSTIPOA LITERÁRIA





Abaixo a programação completa do Segundo Festipoa Literária. Diego Petrarca estará num debate sobre o filme Pan-Cinema Permanente e, que retrata a trajetória do poeta Wally Salomão, também numa mostra sobre poesia visual,junto com Jorge Bucksdricker, além de umas leituras, junto com Lorenzo Ribas e o Grupo Trilho.

A Antologia poética, O melhor da Festa, vai sair também durante a programação do evento e Diego Petrarca colabora com um poema da série Cidade Cidades Programação

DIA 22/04- QUARTA-FEIRA (ABERTURA)

LETRAS & CIA

17h30 LUIS FERNANDO VERISSIMO (escritor homenageado) conversa com REGINALDO PUJOL FILHO, LEONARDO MARONA e FABRÍCIO CARPINEJAR sobre humor, poesia e crônica

19h SESSÃO DE AUTÓGRAFOS – Lançamento da antologia, “O melhor da festa”, com os autores que participam da antologia


IN SANO PUB

19h30 Verbalada Portátil vol. 3 e Cabaré do Verbo Pocket (Adriano Pessoa, Projeto Floco, Núbia Quintana, Sandro Marques e Telma Scherer)

Shows com as bandas 2x4 e Sexteto Blazz

22h Convidados da FestiPoa e do Cabaré do Verbo Pocket participam da “Maratona Literária” (Centro Municipal de Cultura)*


DIA 23 – QUINTA-FEIRA

PALAVRARIA

16h “O fim do livro?” MARCELO SPALDING conversa com CÁSSIO PANTALEONI, RUBEM PENZ e PAULO TEDESCO

17h30 “Muito prazer: Proesia” LAÍS CHAFFE, RODRIGO ROSP, TELMA SCHERER e RAFAEL JACÓBSEN conversam sobre poesia e prosa erótica

19h “Construção das Canções (Letra & Música)” CLAUDIO LEVITAN conversa com NELSON COELHO DE CASTRO e ARTHUR DE FARIA


A TOCA DA CORUJA

19h Lançamento de “Minicontos e muito menos” (de Laís Chaffe e Marcelo Spalding, ed. Casa Verde, 2009) e exposição de ilustrações criadas para o livro por Alexandre Oliveira, Bier e Guilherme Moojen

DIA 24 – SEXTA-FEIRA

LETRAS & CIA

16h “O prazer do poema” ANA MARIANO, SIDNEI SCHNEIDER, MARIA REZENDE e LUIS PIMENTEL falam sobre poesia e o prazer da escrita e da leitura de poesia

Após, lançamento dos livros “O grande homem mais ou menos” (Luis Pimentel) e “Bendita Palavra” (Maria Rezende), “Pequenas biografias não autorizadas” (Leonardo Marona) e “Ensaios radioativos” (Márcio-André)


ESPAÇO CULTURAL CASA DOS BANCÁRIOS (Auditórios 2 e 3)

Das 13 às 18h - Mostra de Poesia visual

17h “Poesia visual contemporânea: dilemas e delitos” debate com os poetas JORGE BUCKSDRICKER e DIEGO PETRARCA


CINEBANCÁRIOS

18h30 “A poesia de WALY SALOMÃO” Bate-papo e leituras de poemas de WALY SALOMÃO, com DIEGO PETRARCA, RICARDO SILVESTRIN e JOSÉ ANTONIO SILVA

Após, exibição de “Pan-Cinema Permanente” (documentário sobre Waly Salomão)

LETRAS & CIA

18h30 “Desamparos sociais e individuais e a importância da literatura na sociedade contemporânea” ALTAIR MARTINS, ÍTALO OGLIARI, LUIS AUGUSTO FISCHER, MÁRCIA IVANA LIMA E SILVA e LEANDRO DÓRO (mediação)

19h30 “Conto – a arte da brevessência” OLAVO AMARAL, MONIQUE REVILLION, JOSÉ ANTONIO SILVA e CAROL TEIXEIRA (mediação)

SINTRAJUFE

20h Verbalada Portátil Vol.4 (Maria Rezende, Ítalo Ogliari, Sandro Dornelles, Sidnei Schneider e Leandro Dóro), Cabaré do Verbo Pocket (Grupo Trilho, Diego Petrarca e Lorenzo Ribas) e show com a banda os PoETs.

DIA 25 – SÁBADO

LETRAS & CIA

10h “A poesia da canção: poema e letra de música infanto-juvenis” - Debate com GLÁUCIA DE SOUZA, JORGE HERRMANN, CLAUDIO LEVITAN e CAIO RITER (mediador)


INSTITUTO CULTURAL BRASILEIRO NORTE-AMERICANO (MAP CAFÉ)

14h30 “Poesia na escola” debate com LUIS PIMENTEL, MÁRCIO-ANDRÉ e LUIZ HORÁCIO.

15h30 Espetáculo de poesia com o Grupo Rumor (coordenação: TELMA SCHERER)

PALAVRARIA

19h “Contestado – o poder da fé” - debate com WALMOR SANTOS, VOLNYR SANTOS e CARLOS ANDRÉ MOREIRA


OCIDENTE - OX

18h FESTA DE ENCERRAMENTO (FESTIPOA LITERÁRIA + CORREDOR CULTURAL)

domingo, fevereiro 08, 2009

PASTA ROSA





Eis que chega às livrarias do Brasil o livro Antigos e Soltos, a chamada Pasta Rosa de Ana Cristina Cesar. Trata-se daquilo que a poeta carioca deixou de publicar em livro, suas sobras de gaveta.

Além disso o material é um super documento do modo de produção de Ana C., fragmentada, rabiscada, reescrita, manuscrita. Interessante é que o projeto gráfico respeita os originais datilografados e escritos a mão pelo fato de estarem facsimilados com uma nitidez incrível. Vejo o livro como um grande álbum, um livro de arte literária, da genética de um texto, de um poema, no ato primeiro de sua criação.

A força expressiva está no reconhecimento da matriz do texto, o gesto quase físico de escrever na máquina, de escrever a mão. O texto final aparece ao lado, para o leitor poder sentir a peça literária ali presente, mas mais do que isso é a sensação de ver o texto-poema concebido quase cruamente aos olhos do leitor. O que estava no fundo da gaveta inacabado, disforme, desmontado, agora é peça estética.

Ana Cristina Cesar reaparece com esse peso escrito manuscrito, nos devolvendo a sua grande força poética que reconhecemos em seus livros. Muitos inéditos, muitos poemas possíveis, que se encerram no seu processo criativo.

A Pasta Rosa é o dossiê Ana C.
Em gesto
em cheiro
em escritura
em rabisco:

em poesia

MESTRADO

No dia 22 de janeiro de 2009, as 18:30, numa quinta-feira (nasci também nesse dia da semana)defendi minha tese de Mestrado na PUCRS. Estava um dia lindo. O título da dissertação era A Escrita da Cidade na Poesia Moderna. O trabalho foi dividido em parte teórica e parte criativa, onde estava inserido o meu livro de poemas Cidade Cidades. O eixo em que estou inserido permitia que, no corpo da dissertação, estivesse incluído um texto literário. A defesa durou cerca de 2 horas. Estavam presentes, além de pessoas da minha família, alguns amigos e colegas: talvez umas 15 pessoas, um pouco mais, um pouco menos. Evidentemente que nos primeiros minutos de apresentação fiquei meio tenso, mas logo passou, depois de alguns longos goles de água. No decorrer da apresentação expliquei meu processo de montar o texto, os capítulos, os livros utilizados, a teoria aplicada.

Do mesmo modo, falei sobre a ideia do livro que preparei especialmente para compor a dissertação. A banca foi composta por Ana Mello (minha orientadora), Antonio Sanseverino (que convidei para a mesa) e Luiz Antonio de Assis Brasil (responsável pela inserção do eixo escrita criativa no mestrado). Alguns reparos foram feitos a respeito do texto, não foram poucos. Alguns aceitos sem a chance de qualquer questionamento, outros até contornáveis. Mas a banca concentrou mais os comentários na parte teórica que na parte criativa, o que, penso eu, estava mais "acabada" do que a parte teórica. Gostei dos acertos da obra, reconheci os erros do texto teórico, alguns inclusive primários, gravemente primários. No entanto, a forma que os componentes da banca usaram para argumentar essas coisas me foi uma gentileza sem igual. Tanto Sanseverino quanto Assis Brasil, apontaram todos os absurdos que cometi na parte teórica com a máxima generosidade. Repito sempre: essa banca não poderia ser melhor.No mais, sai de lá Mestre em Literatura defendendo uma obra poética. De março de 2007 a dezembro de 2008, uma fase importante e feliz da minha vida e formação. Sai de lá alegre, embora os meus professores-exemplos talvez ficassem insatisfeitos (minha impressão) com alguma coisa do meu trabalho. Devem ter razão, ao menos em parte.



















Dia 22 de janeiro de 2009, dia pra ser marcado no calendário. Agradeço e agradeço. Poesia pra ser defendida e escrita como tese de mestrado. Evoé aos mestres! E, sobretudo, aos aprendizes.

Depois, na minha casa, alguns grandes amigos presentes na defesa foram comigo brindar o dia. Não poderia faltar champagne, muitas conversas, leitura de poemas e uns discursos emocionados. Além do pessoal da minha família estavam presentes Gabriela Cavalheiro, Marcelo Noah, Adriano Migliavaccia, Diego Nunes, Andréia Laimer (que me presenteou com a Pasta Rosa de Ana C., maravilha desse meu amor, desses meus amores poéticos),estavam todos alegres e jovens. Assim como eu. Claro que faltaram alguns amigos fundamentais na minha formação e vivência literária: Lorenzo Ribas (que estava viajando) e Telma Scherer(de férias na praia). Carla Laidens, por estar em Londres, também não compareceu, mas com certeza sua presença me foi nítida a todo momento durante a festinha no apartamento da avenida Ganzo. Eis aqui alguns registros do dia.

Que 2009 seja ainda mais belo!

terça-feira, dezembro 23, 2008

LETRÔNICA




A Revista Letrônica, do curso de Pós-Graduação em Letras da PUCRS, já está no ar:
Confiram na seção Criação, o poema de Diego Petrarca da série sobre cidades.

http://revistaseletronicas.pucrs.br


sexta-feira, dezembro 19, 2008

SARAU 68 - AS FOTOS

No dia 03 de novembro de 2008, as 20:00 horas, o grupo Teia de Poesia realizou o Sarau sobre o ano de 1968, considerando que este 2008 de agora celebra os 40 anos daquele ano de chumbo, que ainda não terminou.

Poemas de Allan Ginsberg, Chacal, Ferreira Gullar, Roberto Piva, Francisco Alvim e Wally Salomão foram lidos. Junto com o grupo, a banda A Moda da Casa acompanhou o sarau com as canções emblemáticas do Tropicalismo e Chico Buarque. O tão polêmico discurso de Caetano durante a apresentação da canção É Proibido Proibir foi declamado, não poderia faltar esse registro.

As fotos foram tiradas por Eva Benites.







domingo, dezembro 07, 2008

DVD DOCES BÁRBAROS 2008




Finalmente foi lançado em DVD o show da turnê que Caetano, Gil, Gal e Bethânia fizeram em 1976, entre junho e outubro daquele ano. Doces Bárbaros reunia a trupe tropicalista para celebrar de Pé quente e Cabeça fria todas as cores dos anos 70. Na época o show foi lançado em disco duplo e marcava uma fase importante da história musical dos baianos. Na verdade, o show aconteceu para celebrar os 10 anos de carreira dos quatro artistas.

Agora está disponível em DVD, o show, as cores, as imagens, as canções e performances dos quatro baianos no palco. Não poderia faltar o tal ocorrido com Gil em Florianópolis, onde o compositor teve que ficar por volta de um mês internado por porte de maconha, uma das pérolas do DVD é justamente o episódio onde Gil aparece sendo julgado. Além do mais, as canções lindas de uma fase rica e colorida dos baianos pós tropicalistas, uma marca nítida dos anos 70.

Vale a pena ver e ouvir, Alto astral, altas transas, lindas canções.

quarta-feira, novembro 19, 2008

OFICINA NA FEIRA DO LIVRO




Durante a 54 Feira do Livro de Porto AlegreDiego Petrarca ministrou a oficina O Texto Criativo, na sala o Retrato do CCEV. Nos dias 07 e 08 de novembro, os alunos foram estimulados na elaboração criativa de um texto, independente de prosa ou poesia, a turma estava cheia e lotou a sala. O grupo era bastante participativo e interessado.

quarta-feira, outubro 29, 2008

25 ANOS SEM ANA CRISTINA CESAR







29 de outubro de 1983,
29 de outubro de 2008,
Ana Cristina Cesar



Samba-canção

Tantos poemas que perdi.
Tantos que ouvi, de graça,
pelo telefone – taí,,
eu fiz tudo pra você gostar,
fui mulher vulgar,
meia-bruxa, meia-fera,
risinho modernista
arranhando na garganta,
malandra, bicha,
bem viada, vândala,
talvez maquiavélica,
e um dia emburrei-me,
vali-me de mesuras
(era comércio, avara,
embora um pouco burra,
porque inteligente me punha
logo rubra, ou ao contrário, cara
pálida que desconhece
o próprio cor-de-rosa,
e tantas fiz, talvez
querendo a glória, a outra
cena à luz de spots,
talvez apenas teu carinho,
mas tantas, tantas fiz...

terça-feira, setembro 16, 2008

BREVÍSSIMOS

Uma das formas breves de poesia mais conhecidas é o haicai, poema de três versos, que funciona como uma fotografia de determinado instante, ou seja, a iluminação da percepção do olhar sobre determinado acontecimento. Sua origem promovida inicialmente por imigrantes ou descendentes de imigrantes japoneses, como H. MasudaGoga e Teruko Oda. Essa corrente define haikai como um poema escrito em linguagem simples, sem rima, três versos que somam dezessete sílabas poéticas (cinco sílabas no primeiro verso, sete no segundo e cinco no terceiro). Além disso, o haikai tradicional deve conter sempre uma referência à estação do ano, expressa por uma palavra (o chamado kigo = palavra de estação.

No Brasil, Paulo Leminski e Alice Ruiz, assim como Millôr Fernandes, entre outros, ajudaram a popularizar essa forma breve de poesia, adaptando-a a outros formatos como por exemplo sem o foco na natureza nem com o rigor métrico de dezessete sílabas. De certa forma, o haicai ganhou uma roupagem pop, pela brevidade, pelo instântaneo e pela linguagem simples, direta.

Porém, outras formas breves de poesia existem: o epigrama, por exemplo, ou o Tanga, que dizem ser anterior ao haicai e é basicamente a estrutura de um haicai com a adição de mais dois versos que de certo modo fecham a idéia do poema. A poesia tende a ser breve, é reconhecidamente o mais breve dos gêneros literários por condensar significados, dizer muito com pouco, zelar pela síntese para garantir a força expressiva que a caracteriza. Num poema é sempre bom que não sobre nada, ou seja, toda palavra, todo verso, deve ter uma função. Por isso a brevidade é básica num poema.

Existem poemas discurssivos, longos, de várias páginas, mas normalmente a forma breve aindaé a mais usada na construção de um poema. O soneto, por exemplo, um dos modelos mais clássicos de poesia, não passa de 14 versos.

Mas sejamos ainda mais breves. Sejamos brevíssimos. Por isso comecei com o haicai. Mário Quintana era mestre noutra prática poética breve, o epigrama, basicamente formado por uma frase, um só verso, normalmente com um tom de humor, por vezes reflexivo, mas sempre fechando uma idéia pronta. Quantos romances se passam na aproximação entre uma ou duas palavras, o quanto de conteúdo e carga semântica está concentrado num texto de poucas palavras. A poesia naturalmente já é assim, criando outras possibilidades de som e sentido na dança entre as palavras.

Pode-se pensar o texto breve (e para isso não apenas a poesia existe, mas o miniconto, o microconto) - pois o conto é a forma breve da prosa e está cada vez mais enxugado, por vezes até beirando o poema - como uma forma do texto escrito comunicar mais, dizer mais, sermais lido, justamente por ser breve: leitura imediata. O escritor obriga-se a formular muito em poucas letras, organizar o pensamento num formato conciso, e mesmo que tudo não possa ser dito e nem mesmo possa caber nessa forma breve, ele deixará margens para interpretação. E isso funciona muito bem literariamente.

O texto publicitário é mais ou menos assim, transmite uma mensagem em poucas linhas,mesmo que a intenção não seja a poesia nem a literatura, o exercício de linguagem é o mesmo, o pouco dizendo algo. A poesia concreta zelava pela brevidade a ponto de resumir um poema numa só letra, transformar o verbo em imagem, concentrar o máximo de significado até explodir a linguagem em desenho, extrapolando a múltipla possibilidade de sentido que pode haver numa palavra.

Sejamos breves e profundos, breves e amplos, breves e abertos para toda e qualquer possibilidade discurssiva que se acomode em três ou menos versos. Daltro Trevisan é um exemplo da prosa breve e merece essa referência. Assim como os haicais de Leminski e Alice Ruiz, Millôr Fernandes, os epigramas de Quintana, e mesmo outras formas breves desenvolvidas por Leminski que não são haicais, mas pequenos formatos.

Na poesia moderna, no Brasil, inúmeros autores produziram em suas obras a forma breve, desde Oswald de Andrade (onde o modernismo inaugurou o poema-piada, o aforismo), Drummond, Manuel Bandeira e seus poemas da série "Poemas Onomásticos". Os poetas dos anos steenta, ligados aos modernistas, também resgataram a forma breve: Chacal, Ana C, entre outros autores.

Como nos ensinou Ezra Pound, breves e profundos.



primeiro frio do ano
fui feliz
se não me engano

Paulo Leminski
*

fim do dia
porta aberta
o sapo espia

Alice Ruiz
*

Ah, mosca de inverno
- questão de dia ou de hora
seu último instante?

Masuda Goga
*

outro outono
no chão entre as folhas
sonhos do verão

Ricardo Silvestrin
*

A maior dor do vento é não ser colorido

Mário Quintana
*

Amor
Humor

Oswald de Andrade
*

Vai ter uma festa que eu vou dançar
até o sapato pedir pra parar
aí eu paro, tiro o sapato
e danço a noite toda

Chacal

terça-feira, setembro 09, 2008

ENTREVISTA NA LÍNGUA GERAL


O site da editora Língua Geral publicou o texto e a entrevista que fiz com o poeta Nicolas Behr, sobre sua produção poética e a publicação do livro Laranja Seleta.
É só clicar no link abaixo.

http://www.linguageral.com.br/site/imprensa.asp?imprensaid=42

segunda-feira, setembro 01, 2008

SITE DO JORNAL VAIA



O site do Jornal Vaia - http://www.artistasgauchos.com.br/vaia/, publicou a crônica Depois das Seis, de Diego Petrarca, em uma de suas colunas Muitas Vozes. Confira lá. O jornal Vaia também é impresso. Além de Diego, outros belos autores escrevem por lá. Vale ler e deliciar-se.

Abaixo, um trecho da crônica.

"- Olha, eu talvez esteja me repetindo, mas minha intenção é que você saiba de tudo isso que eu já senti. É, por que agora não sinto mais nada além dessa vontade de dizer essas coisas e todo esse discurso palavroso. Não queria que você me visse mais nem me ligasse tarde da noite chorando pra jogar conversa fora ou pra tentar me convencer de alguma coisa que você não pode garantir. Não me peça pra entender. Já me sinto acostumado, e de certa forma isso me deixa mais forte. Se você está confusa, tudo bem, só te peço que não me confunda com essa sua indecisão sobre si mesma. Eu queria que fosse diferente, que a gente pudesse levar adiante essa história mesmo com toda a culpa que você disse sentir sobre mim ou mesmo com a quantidade de coisas que temos de diferentes um do outro. Eu queria que você fosse menos insegura. Eu queria que você gostasse mais de mim a ponto de não ter que inventar problemas que você insiste em cultivar. Realmente não entendo a razão disso. Você entende pelo menos? Pode me dizer agora por quê?"

O resto está aqui: http://www.artistasgauchos.com.br/vaia/?apid=421&tipo=16

sexta-feira, agosto 22, 2008

DEIXA SEGUIR

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Deixar Seguir saiu dia 22 de agosto de 2008 na ZH. Obs: Poemas de am/or serão sempre necessários.